TAXA DE JUROS

Copom decide nesta quarta-feira se eleva a Selic para 13,25% ao ano

Copom define taxa Selic nesta quarta-feira (29). Mercado projeta aumento para 13,25% ao ano, diante da inflação e alta do dólar.

Edifício-sede do Banco Central do Brasil. Crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil
Edifício-sede do Banco Central do Brasil. Crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decide nesta quarta-feira (29) o novo patamar da taxa Selic, atualmente fixada em 12,25% ao ano. O mercado financeiro aposta em uma alta de 1 ponto percentual, elevando a taxa para 13,25%. Essa será a quarta elevação consecutiva e a primeira sob o comando de Gabriel Galípolo, novo presidente do BC.

A expectativa de alta nos juros ocorre devido à pressão inflacionária, impulsionada pelo avanço do dólar e pela alta dos preços dos alimentos. O boletim Focus, que reúne projeções de economistas, apontou que a inflação projetada para 2025 subiu de 4,96% para 5,5%, superando o teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 3%, podendo chegar a 4,5% dentro da margem de tolerância.

Histórico de aumentos da Selic

Desde setembro de 2024, o Copom vem elevando a Selic para conter a inflação. Em 2023, a taxa havia sido reduzida para 10,5%, mas voltou a subir diante das incertezas econômicas. O Copom já havia indicado, na última reunião de dezembro, que duas altas de 1 ponto percentual seriam necessárias para ajustar a política monetária ao cenário atual.

Impactos da alta da Selic

A taxa básica de juros influencia diretamente o custo do crédito e a rentabilidade de investimentos atrelados à renda fixa. Quando o Banco Central eleva os juros, o objetivo é desestimular o consumo e segurar a inflação, tornando o crédito mais caro e incentivando a poupança.

No entanto, juros elevados também podem frear a economia, reduzindo o acesso a empréstimos e desacelerando setores como comércio e indústria. Segundo especialistas, a continuidade do aperto monetário pode impactar o crescimento econômico em 2025.

A decisão do Copom será divulgada ao final do dia, e a ata com detalhes da reunião será publicada na próxima semana.

Como funciona a meta de inflação

Desde janeiro, o Brasil adota o modelo de meta contínua para inflação. O Banco Central passa a monitorar o índice mês a mês, considerando o acumulado dos últimos 12 meses, em vez de focar apenas no fechamento do ano.

O IPCA, índice oficial da inflação, é acompanhado dentro de um intervalo entre 1,5% e 4,5%, com meta central de 3%. A inflação de 2025 será revisada pelo BC no próximo Relatório de Inflação, previsto para março.