O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou os juros básicos da economia nesta quarta-feira (11). A taxa Selic subiu em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
O avanço estabeleceu o terceiro aumento seguido dos juros no país, além de ter sido a maior alta desde maio de 2022. Além disso, a Selic retornou ao mesmo patamar de novembro de 2023.
Os nove diretores do Copom concordaram em aumentar a Selic em um ponto percentual.
A reunião marcou a despedida de Roberto Campos Neto da presidência do BC. No próximo encontro, agendado para 2025, o colegiado estará sendo liderado por Gabriel Galípolo, nome indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Surpresa”, diz Haddad
A elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic representa “surpresa por um lado”, mas já estava prevista pelo mercado financeiro, disse nesta quarta-feira (11) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele disse estar perseguindo as metas fiscais e ressaltou que o pacote de corte de gastos enviado ao Congresso é “adequado e viável politicamente”.
“Foi surpresa por um lado. Mas, por outro lado, tinha uma precificação [do mercado financeiro] nesse sentido. Vou ler com calma, analisar o comunicado, falar com algumas pessoas depois do período de silêncio”, declarou Haddad ao deixar o Ministério da Fazenda cerca de uma hora após o fim da reunião do Copom, sem entrar em detalhes sobre a decisão do BC.
Até meados do ano passado, Haddad comentava explicitamente as decisões do Copom, criticando o atraso do Banco Central em começar a reduzir os juros e o tom de alguns comunicados. Quando a autoridade monetária começou a reduzir a Selic, em agosto do ano passado, o ministro celebrou a decisão.