O ICF-RS, índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas, recuou o menor nível registrado desde dezembro de 2020. A pesquisa foi realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) nos últimos dez dias de março, em Porto Alegre.
No mês de abril de 2025, o indicador atingiu 57,4 pontos. Em dezembro de 2020, no auge da pandemia, o índice marcou 56,9 pontos. A pesquisa considera que quanto mais próximo de 0 ponto, maior é o grau de pessimismo, e quanto mais próximo de 200 pontos, maior o otimismo.
Na comparação com março deste ano, o índice caiu 3,6%. Em relação a abril do ano passado, a retração atingiu de 12%. Com resultado abaixo dos 100 pontos, o indicador permanece em zona pessimista, refletindo a baixa confiança das famílias gaúchas na economia.
Queda generalizada entre os componentes
Dos sete componentes do ICF, seis registraram retração. O destaque negativo está no Momento para o Consumo de Bens Duráveis, que caiu 15,2%. O indicador atingiu apenas 14,3 pontos, o menor nível entre os subindicadores.
Já o Consumo Atual recuou 6,8%, com 52,3 pontos, enquanto a Perspectiva de Consumo caiu 6,6%, chegando a 72,4 pontos.
O único indicador com avanço foi o Emprego Atual, que subiu 0,8%, alcançando 79,2 pontos, o que indica leve melhora na percepção de estabilidade no mercado de trabalho.
Impacto do cenário econômico
Conforme o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, o resultado evidencia o impacto da inflação elevada, dos juros altos e das incertezas externas sobre a confiança das famílias.
“Apesar de uma leve melhora no componente de Emprego Atual, a queda generalizada nos demais indicadores — com destaque para Momento para Duráveis e Consumo — reflete as dificuldades enfrentadas pelas famílias”, afirmou.