Uma tradição centenária do Rio Grande do Sul está mais perto de ser oficialmente reconhecida.
O Diário Oficial do Estado publicou uma notificação de encaminhamento de parecer técnico que pode transformar o Modo de Fazer Queijo Artesanal Serrano em Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul.
A publicação do documento abre período de 30 dias para que interessados possam se manifestar sobre o registro do bem cultural. As manifestações devem ser encaminhadas ao Iphae (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado), via Protocolo da Sedac (Secretaria de Estado da Cultura) ou enviadas pelo correio.
Emitido pelo Iphae, o parecer, disponível para consulta no link, detalha o processo histórico e cultural da produção do queijo serrano, que começou há mais de dois séculos com o estabelecimento das primeiras fazendas na região dos Campos de Cima da Serra.
O próximo passo do processo de tombamento é a análise do documento pela CTPCI (Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial). Se aprovado, o Modo de Fazer Queijo Artesanal Serrano será inscrito no Livro de Registro dos Saberes, consolidando seu status de patrimônio imaterial do estado.
Cultura gaúcha
De acordo com o documento, a história do queijo serrano está profundamente ligada à cultura gaúcha. Inicialmente, a produção estava associada à pecuária extensiva e aos tropeiros, e, mesmo com as inovações tecnológicas, como a prensa hidráulica e o coalho industrial, a essência e os métodos tradicionais foram preservados.
“O Modo de Fazer Queijo Artesanal Serrano se enraíza na mítica missioneira tomando o vocábulo ‘mítico’ não como uma mera estória tradicional, porém como uma narrativa estruturante das dinâmicas histórica, social e cultural do Rio Grande do Sul”, informa o texto.