Porto Alegre e Rio Grande do Sul - O concerto Mozart e Haydn promete transportar a plateia ao Período Clássico através de dois de seus maiores compositores: Wolfgang Amadeus Mozart e Franz Joseph Haydn. A apresentação está marcada para esta sexta-feira (11), com a Ospa (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre).
O premiado maestro Carlos Moreno, de Petrópolis (RJ), vem à Porto Alegre reger a Orquestra. Além disso, o fagote terá destaque especial na apresentação com o solo da fagotista argentina Andrea Yurcic, que se apresenta pela primeira vez na cidade.
O concerto inicia às 20h e tem transmissão ao vivo pelo canal da OSPA no YouTube. Os ingressos estão à venda no Sympla.
Os homenageados
Contemporâneos e bons amigos, Mozart (1756 – 1791) e Haydn (1732 – 1809) compõem, ao lado de Beethoven, a “santíssima trindade” da Música Clássica. Treinados por seus pais, ambos demonstraram a vocação para a música muito cedo. O início precoce fez com que Mozart, apesar de ter vivido apenas 35 anos, tenha deixado um imenso legado. Já o longevo Haydn se tornou o compositor que mais escreveu sinfonias em toda a história da Música: foram mais de 100.
Mozart, que aos quatro anos já tocava violino, compôs “Concerto para Fagote e Orquestra” com 18 anos. Foi tão bem-sucedido que, até hoje, é a obra mais executada do repertório universal para o instrumento. A solista Andrea descreve suas qualidades: “A composição exige virtuosismo refinado, elevada precisão técnica e sutileza interpretativa. Predomina na obra um clima de alegria, evidenciado nos diálogos entre o solista e a orquestra, bem como no caráter do último movimento, que reflete o espírito do jovem Mozart.”
O concerto
A OSPA interpreta também a abertura de “As bodas de Fígaro”, uma das passagens mais famosas da ópera de Mozart. Para o regente Carlos Moreno, é uma peça extremamente alegre e “de grande virtuosidade onde músicos e plateia devem se colocar sentados à ponta da cadeira, prontos para um momento de pura diversão. O contraponto escrito traz o elemento da pergunta e resposta, que representam os diálogos entre Figaro e Suzanna permeados por verdadeiros turbilhões velozes.”
Na segunda parte do concerto, a OSPA executa outra preciosidade do período clássico: a “Sinfonia Nº 94 em Sol Maior”, de Joseph Haydn. A obra também é chamada de “Surpresa”, pois Haydn decidiu surpreender o público com um acorde especialmente alto que destoa do ritmo tranquilo do segundo movimento. A brincadeira arrancou gritos de aprovação da plateia na estreia da sinfonia, em 23 de março de 1792.
A OSPA convida o público a conhecer melhor o programa da noite na palestra do projeto Notas de Concerto. Nesta edição, o jornalista e livreiro Milton Ribeiro é quem traz comentários e curiosidades sobre o programa. A palestra é na sexta-feira (11/04), às 19h, na Sala de Recitais da Casa da OSPA, com entrada inclusa no ingresso do concerto. Também é possível assistir o encontro ao vivo pelo canal da OSPA do YouTube.
Sobre Andrea Yurcic
Yurcic é fagote principal da Orquestra Sinfônica da Universidade Nacional de Cuyo, em Mendoza (Argentina). Além disso, também é professora Titular da Cátedra de Fagote e Música de Câmara no Mestrado em Interpretação de Música Latino-Americana dos Séculos XX e XXI da Faculdade de Artes e Design da UNCuyo.
Realizou turnês de concertos pela América Latina, Europa e EUA, interpretando repertório universal e estreando numerosas obras. Graduada em Fagote pela UNCuyo, foi bolsista do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico para realizar estudos de pós-graduação na Escola Superior de Música de Karlsruhe, na Alemanha. Está desenvolvendo seu doutorado em fagote e tango na Universidade Nacional de Rosario.
Sobre Carlos Moreno
O maestro Carlos Moreno é natural de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Nos últimos 35 anos, regeu os mais importantes ciclos sinfônicos, além de um vasto repertório e as mais prestigiadas orquestras sinfônicas brasileiras, dentre elas a OSPA, a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo, a Orquestra do Theatro São Pedro, de São Paulo, e a OSESP. É bacharel em violino pela UNI-Rio, sob a orientação do professor Paulo Bosísio, e pós-graduado em Regência Orquestral pela Musikhochschule Zürich.
Compositor atuante, teve suas obras publicadas pela ABM. Desde 2017, colabora em diversos projetos de formação, como a Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro, a OER e outros projetos educacionais. Ao longo de sua carreira, conquistou diversos prêmios, como o Prêmio Carlos Gomes (2003 e 2006) e, em 2023, Bryn Terfel e a Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro receberam o Prêmio Revista Concerto, sob sua regência.