DUAS SESSÕES

Ospa celebra aniversário de 75 anos com concerto comemorativo

Apresentações trazem um repertório que referencia a cultura brasileira e gaúcha, e que celebra o Dia da Consciência Negra

Manfredo Schmiedt rege as apresentações de aniversário da Orquestra, que contam com o Coro Sinfônico e o grupo Martelo - Foto: Daisson Flach / Ospa
Manfredo Schmiedt rege as apresentações de aniversário da Orquestra, que contam com o Coro Sinfônico e o grupo Martelo - Foto: Daisson Flach / Ospa

No dia 23 de novembro, a Ospa* (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre) completa 75 anos. Para comemorar, o público poderá conferir duas sessões do concerto “Ospa 75 Anos”. Eles ocorrem nos dias 22 (sábado) e 23 de novembro (domingo), às 17h, na Sala Sinfônica do Complexo Cultural Casa da Ospa.

As apresentações trazem um repertório que referencia a cultura brasileira e gaúcha, e que celebra o Dia da Consciência Negra, sob a batuta do maestro e diretor artístico Manfredo Schmiedt. Participam o Coro Sinfônico da Ospa e, pela primeira vez na Casa da Ospa, o grupo de percussão Martelo. 

Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla, com valores entre R$ 10 e R$ 50, e a apresentação de 23 de novembro será transmitida ao vivo pelo Youtube. Antes do espetáculo, o público confere a palestra Notas de Concerto, apresentada pelo timpanista Douglas Gutjahr, na Sala de Recitais, a partir das 16h, também com transmissão on-line.

Na semana anterior ao concerto de aniversário, a Orquestra se dedica à gravação da obra “A Salamanca do Jarau”, do compositor gaúcho Luis Cosme. Fruto de uma parceria com a ABM (Academia Brasileira de Música), a Ospa disponibiliza o registro ao público em canais digitais, em data a definir, democratizando o bailado de Cosme. A gravação faz parte do programa de comemoração do aniversário.

Ospa 75 Anos

O concerto “Ospa 75 Anos” começa com “Raízes – Concerto para Quarteto de Percussão e Orquestra”, da compositora Clarice Assad. Dedicada ao grupo Martelo, a música é uma celebração da cultura e da comunidade brasileira em sua diversidade. Ela traz sons vibrantes inspirados em diversas regiões e em referências do passado e presente.

“A peça celebra o percurso da cultura brasileira desde as suas origens africanas, passando pelas tradições indígenas e influências europeias”, explica Clarice. 

Marcando a primeira vez que a Ospa convida um grupo de percussão para atuar como solista, está o grupo Martelo. Unindo suas diferentes origens e formações, o quarteto trabalha na fronteira entre a sonoridade popular e a música de concerto. Isso com influência dos ritmos brasileiros e latinos. Na apresentação, compõem o grupo Danilo Valle, Leonardo Gorosito, Rubén Zúñiga e Camila Cardoso.

Intervalo

Depois de um intervalo, a Orquestra volta ao palco com “A Salamanca do Jarau”, bailado composto pelo gaúcho Luis Cosme em 1935. A música tem inspiração no conto de mesmo nome escrito por João Simões Lopes Neto e publicado em 1913 no livro “Lendas do Sul”. 

Finalizando o concerto, a interpretação de “Maracatu de Chico-Rei”, de Francisco Mignone. A música é de 1933. Também um bailado, a obra se baseia na lenda de Chico-Rei, um rei africano escravizado e enviado para o trabalho nas minas de ouro de Minas Gerais.

Depois de conseguir comprar sua alforria, ele liberta seus companheiros e forma a Confraria do Rosário. Esta constroi a famosa Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Ouro Preto (MG).

“Maracatu do Chico-Rei é um tributo sonoro à herança afro-brasileira e um convite à valorização da diversidade que compõe a identidade cultural do Brasil”, comenta Schmiedt.

A obra conta ainda com a participação do Coro Sinfônico da Ospa, que estará presente com 72 vozes. 

Sobre “A Salamanca do Jarau”

Baseada em uma lenda popular, a história conta como o trabalhador campeiro Blau Nunes quebra a maldição que envolve um sacerdote e a Teiniaguá, uma princesa moura transformada em uma lagartixa. A obra musical é dividida em nove partes, com uma introdução seguida por sete movimentos que descrevem as provas fantásticas enfrentadas pelo gaúcho Blau Nunes. 

Escolhida para o concerto comemorativo, a obra faz parte da história da Ospa, tendo sido executada sob a regência do maestro Pablo Komlós em 1956, 1957, 1963 e 1972. Anos depois, teve regência de David Machado e de Arlindo Teixeira. Além disso, balé coreografado por Eva Schul em 2002, sob a batuta de Ion Bressan apresentou a obra. Em 2008, teve a regência de Manfredo Schmiedt, que volta ao palco para a nova interpretação e o registro fonográfico que a obra ganha em 2025.

*Fundação vinculada à Sedac (Secretaria da Cultura)

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