O MACRS (Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul), inaugura nesta terça-feira (15), às 18h, a exposição “Ruídos Urbanos: no limiar da legalidade”. A mostra, que celebra 10 anos de resistência, expressão e transformação do Coletivo Sopapo de Mulheres, propõe uma imersão sensorial que vai além da escuta.
As visitas são gratuitas e estão disponíveis até o dia 17 de novembro, de terça-feira a domingo, das 10h às 19h. O local da exposição é a Fotogaleria Virgílio Calegari, no 7º andar da CCMQ (Casa de Cultura Mario Quintana).
Antes da abertura da mostra, haverá o encontro “Conversas de Casa”. Trata-se de um bate-papo entre integrantes do Coletivo Sopapo de Mulheres e a curadora Izis Abreu. O objetivo é proporcionar um espaço para discussões sobre o projeto curatorial e sobre a criação do coletivo. A conversa ocorre às 16h desta terça-feira, na sala Romeu Grimaldi, 3º andar da CCMQ.
Promovem o projeto, por fim, o Minc (Ministério da Cultura) e pela Sedac (Secretaria de Estado da Cultura).
A exposição
“Ruídos Urbanos” é um projeto experimental de radioarte, com origem nos bairros Cristal e Cruzeiro, de Porto Alegre. A série artística, composta de 13 programas, busca, assim, ampliar as discussões sobre temas como cárcere, remoções habitacionais, saúde da mulher, sexualidade, entre outras questões sociais. O projeto tem transmissão da rádio poste, e conduz o público por uma jornada através das sonoridades do cotidiano.
“O projeto, forjado nas margens sociais, ecoa a luta e a criatividade das mulheres periféricas, a maioria negras, e trabalhadoras da cultura, transformando vozes silenciadas em potentes agentes de mudança”. Quem ressalta Izis Abreu, curadora da exposição.
A mostra é composta por obras de arte sonoras, espectrogramas, fotografias e instalações. As peças convidam o espectador a compreender as dinâmicas de pertencimento, luta e liberdade que marcam as comunidades periféricas em diálogo direto com o corpo, a memória e o espaço público.
O título “no limiar da legalidade” remete à ideia de estar na fronteira entre o que é permitido pelas leis e normas estabelecidas, e o que é considerado contestador ou subversivo. Ele sugere uma situação de transição ou tensão, em que práticas artísticas e ações coletivas, como a rádio poste, operam em espaços ambíguos, muitas vezes desafiando ou ultrapassando os limites legais, mas sem romper completamente com eles. Isso ressalta a busca de emancipação por parte de comunidades periféricas, que criam alternativas e resistências dentro dessas margens de legalidade, subvertendo o status quo.
Coletivo Sopapo de Mulheres
Fazem parte do Coletivo de Arte e Comunicação Popular trabalhadoras e fomentadoras da cultura da Associação Cultural Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo. O Coletivo Sopapo de Mulheres começou em 2013.
Assim, o grupo se dedica à expressão artística e comunicação livre de questões sociais e comunitárias, de enfrentamento às desigualdades e promoção de direitos humanos.
Além disso, através da arte e da comunicação popular, se aproxima de outras iniciativas. Entre elas movimentos na luta pelas rádios livres, software livre, democratização da cultura e equidade social, racial e de gênero em todas as instâncias.
Atualmente, participam do Coletivo Cristina Rosa, Clarissa Silveira, Denise Flores e Diane Barros. Confira os programas que já foram ao ar em ruidosurbanospoa.wordpress.com