E eis que chegou o tão esperado retorno ao universo pós-apocalíptico de Danny Boyle em “Extermínio – A Evolução”. O trailer desse novo filme foi o segundo de terror mais assistido de todos os tempos em sua estreia. Mas será que essa nova inserção valeu a pena? Por que tanta ansiedade por esse lançamento?
Começa que é preciso lembrar: o filme de 2002 ocupa um lugar especial no coração dos fãs de terror. A obra de Danny Boyle sacudiu o gênero dos zumbis ao aplicar o medo de forma intensa, ao mesmo tempo em que construía uma sátira sombria com comentários políticos muito pontuais. Some-se a isso um visual sujo e desconexo, filmado com câmeras digitais baratas do tipo mini-DV — antes que esse tipo de captação se tornasse comum — e temos uma Londres retratada de forma nunca antes vista no cinema.
Natural, portanto, que as expectativas estivessem altas com o retorno de Danny Boyle e Alex Garland à franquia. E mais uma vez eles honram seu talento e legado ao apresentar uma obra que dá continuidade aos eventos narrados nos dois primeiros filmes.
Logo no início, somos novamente levados aos dias do surgimento da pandemia de infectados, agora sob o olhar de crianças — de forma sufocante. Esse começo é empolgante e, de certo modo, curioso. Em seguida, saltamos quase 30 anos desde que o vírus da raiva escapou de um laboratório de armas biológicas e consumiu boa parte do Reino Unido. As poucas pessoas não infectadas vivem isoladas ou em pequenas comunidades.
É nesse cenário que conhecemos os novos rostos da franquia. Jaime (Aaron Taylor-Johnson) é um pai de família prestes a ensinar seu filho a sobreviver no mundo dos infectados. Jodie Comer interpreta a mãe, e Alfie Williams, o filho. A narrativa desenvolve uma história de amor (não leia como romance) em meio ao caos. Alfie, após retornar de sua jornada de aprendizado com o pai, se coloca em uma missão de esperança — mas o caminho será tudo menos fácil.
Ainda encontramos personagens essenciais à trama, interpretados por Ralph Fiennes (sempre ótimo), Jack O’Connell e Edvin Ryding (“Young Royals”). O novo filme aposta em uma história mais profunda, sem abrir mão do impacto visceral, com bastante gore para agradar os fãs do gênero. Os infectados evoluíram, especialmente um considerado “alfa”: mais forte, agressivo e perturbador.
Totalmente filmado com iPhones, o novo longa aposta na fotografia como diferencial, transmitindo sensações fortes com uma color grading marcante. Essa estética caseira — ainda que o orçamento tenha sido de 78 milhões de dólares — é a cereja do bolo.
Prepare-se para um filme de tirar o fôlego: intenso, devastador e digno dos seus antecessores. Uma jornada de sobrevivência que retorna aos cinemas com tudo. Para fãs de zumbis e terror apocalíptico, o novo “Extermínio” continua imperdível.