Críticas de cinema

Zoopocalipse: o nome é mais criativo que o roteiro

O filme tenta ser carismático e divertido. Mas, ao menos comigo, falhou muito.

Crédito: Diamond Films / Divulgação
Crédito: Diamond Films / Divulgação
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Meus queridos, o que falar de “Zoopocalipse – Uma Aventura Animal?” [respira fundo]. Então… Sei que estamos falando de uma animação, voltada ao público infantil. Mas as crianças merecem algo tão raso e insosso? Ou será que a régua da minha infância ficou tão alta que não me dei conta?

Eu sou um amante das animações. “A Bela e a Fera”, “Up: Altas Aventuras”, “A Fuga das Galinhas”, entre outros fizeram parte da minha infância – e assisto até hoje. Também sei que uma animação não precisa de grandes reviravoltas, uma lição de moral ou até mesmo algo ao estilo Pixar para ser marcante ou divertida. Muitas vezes, assistimos animações bem “bobinhas” mas que nos divertem, nos entretêm. Nem sempre é necessário ter um “e a moral da história é…”. Às vezes, você só quer simplesmente se desligar da realidade e se divertir um pouco.

E o tal do Zoopocalipse?

Voltando a Zoopocalipse… Fui de mente aberta. Porém, o trailer e a sinopse vendem algo bem diferente do que vemos em tela. No roteiro, um meteoro cai – do mais absoluto nada – em um zoológico. Pouco a pouco, os animais se transformam em algum tipo de zumbi. Que, por motivos de ser um filme infantil, não tem uma imagem tão assustadora. Pelo contrário, as vezes parecem ser feitos de jujuba. Em contrapartida, alguns animais que não foram afetados tentam sobreviver. Até que em um dado momento resolvem achar uma solução para transformar os animais de volta.

De onde surgiu esse meteoro? Ah, veio lá do espaço e tal. Porque os animais estão infectando uns aos outros? Não sei. Mas com qual objetivo? Pois é, também não tem. E os animais que não foram infectados, têm algum vínculo? Não, preferem perder tempo discutindo sobre quem é mais inteligente ou quem está na base da cadeia alimentar. Mas como vão resolver a situação? Boa pergunta, mas não vai ter uma resposta tão boa assim.

Raso até para os pequenos

“Ah, mas Thiago é um filme para crianças.” Tudo bem, mas não tem uma forma mais criativa – e minimamente compreensível – de você dizer para as crianças: “olha ser egoísta não é legal”, “nós vamos precisar de ajuda dos nossos amigos”. De novo: é algo tão, mas tão raso que chega ser triste que essa é a melhor opção que temos para as nossas crianças. Personagens que estão ali para ser o “professor roteiro” dizendo literalmente como as coisas vão acontecer.

O filme tenta ser carismático e divertido. Mas, ao menos comigo, falhou muito.

Está bem, vamos aceitar que é um filme para crianças, digamos, de uns cinco anos. Mas a criança não vai sozinha à sessão. Um responsável tem que assistir junto. Será que essa pessoa vai se divertir também? O curioso é que o filme tem classificação indicativa de 10 anos. E aí eu me lembro de uma das “piadas” — de muito mau gosto e tom — em determinado momento do filme. Me questionei de verdade: “sério que, para atingir o público adulto, vão recorrer a piadas de conotação sexual?”

Nome é mais criativo que o roteiro

“Zoopocalipse – Uma Aventura Animal” seria uma opção de filme para se assistir em casa, isso se realmente não tiver mais nenhuma opção. Mas ir ao cinema… De novo gente, eu amo animação. Eu assisti ao trailer e fiquei realmente curioso em olhar o filme. Tem um gráfico que chama atenção, personagens que parecem ser divertidos, mas… saí da sessão desanimado.

Espero que venham boas produções esse ano. Lembram que brinquei esses dias dizendo que o filme não ofendia. Talvez vamos dar início ao quadro “Filmes que ofendem”. (risos)

Bom, vejo vocês no nosso próximo papo sobre cinema. Um forte abraço do Thi.