Você está disposto a atender essa ligação? Leia a crítica de "O Telefone Preto 2"

Em parceria com

E aí, meus terrorzinhos! Seguimos com um ano movimentado para o gênero do terror, não é? Porém, dessa vez, saí da sessão bem mais animado, ao contrário da nossa última conversa (afinal ser melhor do que Os Estranhos: Capítulo 2 não precisa de muito esforço). Então, verifiquem o funcionamento das suas linhas telefônicas, pega a sua bebida favorita e vamos conversar sobre “O Telefone Preto 2” (Universal Pictures, 2025). Obrigado estúdios por não colocarem um subtítulo genérico.

Bom, se você ainda não assistiu ao primeiro filme, faça como eu: assista e, depois, veja o segundo. Não que sua experiência assistindo somente o segundo saia, de uma forma, prejudicada. Mas ajuda você se situar no ambiente. Por falar em ambientação, amo quando um longa se preocupa com os detalhes. Logo na abertura temos uma vinheta dos anos 1980 da Universal. Ou seja já sabemos de cara que vamos embarcar em uma viagem ao passado.

O filme vai dar continuidade a sua história anterior. O que levanta um questionamento: precisava de uma sequência? Bom, talvez não. Mas sabem como é né… Fez sucesso, deu lucro, porque não dar continuidade? Mas, nesse caso, acredito que eles tiveram um pouco mais de cuidado e atenção para não virar uma franquia caça-níquel. O seu antecessor, de fato, se conclui nele mesmo. Não deixa uma abertura para continuações.

Uma história de origem?

Nesse filme – apesar de não fazer o usufruto de subtítulos genéricos (obrigado mais uma vez, Universal) – é como se fosse uma história de origem. Eu sei, quando falam de “história de origem” ficamos com aquela sensação ruim de filmes no estilo: “Título Oficial – O Início”, “Título – A Origem”, “Título da franquia – A Criação”, e por aí vai. Mas nesse caso, ele segue uma história nova, com algumas voltas ao passado onde a gente vai descobrindo como tudo surgiu.

E ele é diferente de outros longas, que constroem uma narrativa tão sem sentido, que a gente nem dá bola em saber ou não como as coisas surgiram. Em “O Telefone Preto 2”, nós vamos montando o quebra-cabeças de uma forma em que tudo se conecta, faz sentido e dá continuidade na trama. Ele tem alguns momentos de flashback? Sim, mas não é algo tão solto na narrativa ou gratuito.

Temos um momento em que os personagens vão descobrir algo e ter um diálogo ou discurso expositivo sobre isso? É, tem. Mas né, nem tudo é perfeito. Mas não fica algo extremamente irritante. É uma situação que a gente consegue “passar um pano”. Gostei desse filme e da forma como ele consegue desenvolver a história. Ele aprofunda melhor alguns personagens e levanta algumas questões de uma forma bem plausível. Não precisamos fazer tanto uso da suspensão de descrença, como em outras produções.

Narrativa bem construída

Eu saí da sessão feliz de ter assistido a um bom filme de terror. Um longa que consegue fazer uso dos silêncios e até mesmo dos sons mais baixos, de uma forma que conseguimos ficar atentos ao que vai acontecer. Não temos jump scare gratuito, o clichê do silêncio e musica alta do nada com algo na tela. Ele se dá o trabalho de construir um clima tenso. Vai nos dando pouco a pouco as peças que precisamos, tanto para entender a história, como para entender o modus operandi.

O melhor de tudo, no meu ponto de vista: assim como seu antecessor, ele se encerra em si mesmo. Não deixa um gancho para uma nova continuação. Ambos os filmes levantam questões e mistérios que se resolvem ao longo da trama. Cria uma história com início, meio e fim. Inclusive, essa era uma dúvida constante nos minutos iniciais: o que eles vão inventar para dar continuidade? Por sorte conseguiram construir uma boa história.

Por hoje é isso meus caros. Espero o feedback de vocês no @dropzando quando forem assistir. Não deixe de nos acompanhar nas redes sociais. E se um telefone desativado tocar… não atende. Estou ouvindo tocar aqui e fingindo que nada está ocorrendo. Até nosso próximo encontro! Abraço do Thi!