BAITA ESTREIA

"Uma Batalha Após a Outra" é um épico intenso e que vale a pena ver no cinema

Com atuações sólidas e direção precisa, filme da Warner Bros. entrega uma experiência cinematográfica do começo ao fim

"Uma Batalha Após a Outra" é um épico intenso e que vale a pena ver no cinema
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É meus queridos, como as experiências da sétima arte podem ir de 0 ao 10 de uma obra a outra! Em nossa última conversa tivemos um título que conquistou seu lugar na categoria de “Filmes que te ofendem”. Porém, o filme da vez anda a passos largos de distância dessa categoria. Eu saí realmente chocado da sessão de “Uma Batalha Após a Outra” (Warner Bros., 2025). Que filme incrível. Hoje vai ser um papo prazeroso sobre cinema. Então se aconchega aí do outro lado. Pega um cafezinho com biscoitos e vem comigo.

Vou dividir nossa conversa em duas partes: o filme em si e a experiência do cinema.

Filme que tem roteiro

Nos minutos iniciais já percebemos o tom do longa. Vemos um grupo de imigrantes sendo detidos pelas autoridades. Na sequência, um grupo de revolucionários arquiteta, de uma forma digna de um espetáculo, como resgatar esses imigrantes. É tudo muito intenso, é tudo muito enérgico. O senso de urgência no agir, sem tempo para dúvidas ou questionamentos. Nosso objetivo? Invadir o centro de detenção, render os soldados e salvar os imigrantes. Viva la revolución!

É muito interessante a forma como o filme nos apresenta os personagens, sem fazer o uso de diálogos expositivos. Ele deixa que o espectador desenvolva seu próprio raciocínio. Basta você se concentrar e assistir. Você vai entender suas motivações e objetivos. Não precisamos do “professor enredo” para explicar o roteiro. É tão gratificante ter filmes assim, que não desdenham da inteligência do espectador.

Que filme! Eu fico pensando como me expressar sem spoilers. Mas realmente até o momento em que escrevo, estou com ele em mente. Sabe quando tudo anda de uma forma coerente? Atuação, fotografia, trilha sonora. Aliás, a trilha deste longa é um espetáculo à parte. Ela anda junto com o filme. Quando temos uma situação tensa em tela, a trilha faz com que a gente sinta essa tensão. Tinha momentos em que literalmente me segurava na poltrona, aflito com o que iria acontecer.

E não só o roteiro

A ambientação e o design de produção também são de encher os olhos. Em alguns momentos, é como se você estivesse em cena com os personagens. Sejam nos ambientes familiares e mais tranquilos. Ou quando o silêncio era tamanho que você conseguia sentir os passos das pessoas em cena. É tudo tão bem arquitetado, que você toma aquilo como real. Estamos vivendo com os personagens.

Dentre todos os personagens, queria destacar dois. Um pouco injusto, eu sei, visto que o elenco em tela é muito bom. Mas enfim, o Sensei, interpretado por Benicio Del Toro. Tem um contraste muito interessante. Enquanto um dos personagens tem o senso dele de urgência, Sensei vai ajudá-lo. Mas – apesar de saber da urgência da situação – ele age com calma e tranquilidade. Achei uma sacada muito boa mostrar as duas atitudes diferentes para o mesmo objetivo.

Eu não posso deixar de mencionar a atuação da Regina Hall. Ela ficou muito marcada na minha memória pelos filmes de comédia. Ver ela em um papel dramático foi maravilhoso. Acho incrível quando um ator consegue performar com excelência em diversos gêneros. Ela é uma prova disso. Logo quando a vi fiquei me questionando se era ela de fato e fiquei “meu Deus ela está maravilhosa no papel”.

Diferente do filme passado, que saí da sessão completamente desanimado, esse me deixou extasiado até os créditos finais. Tem um áudio pós-créditos, in memoriam ao produtor Adam Somner (1967-2024).

Ele é um filme longo? Sim, mas nem senti o tempo passar. Nós ficamos tão imersos na trama que a gente não tem a noção do tempo.

Para ir ver no cinema

Bom, vamos ao outro ponto que mencionei no início – nesse não vou me alongar tanto. Sei que hoje em dia usar o termo “a experiência do cinema” ficou um pouco banalizado. Uma forma de vender algo simples por um preço injustificável. Aqui quero levantar um ponto. O filme é bom? Sim. Vale o ingresso? Sim, com pipoca se você for fominha que nem eu (se bem que eu nem me dei conta de comer algo durante a sessão).

Mas o que fez esse momento ser diferente ao meu ver, foi o fato de estarmos em uma sala de cinema diferente, com um sistema de som muito bom. Acredito que tem filmes que, sim, valem o investimento de assistir em uma sala melhor (outros não). “Uma Batalha Após a Outra” é um desses. Se você tem a oportunidade de escolher entre uma sala comum e uma sala IMAX, opte pela segunda opção. Você não vai se arrepender.

Bom meus caros, preciso tomar uma água e respirar. Esse filme me deixou sem fôlego. Que filme meus queridos, que filme! Espero vocês no nosso próximo papo de cinema. Um forte abraço, Thi Xavier.