

Em um mesmo dia pude apreciar duas obras nacionais – algo muito gratificante. Uma delas foi “Bicho Monstro”, uma produção gaúcha voltada ao drama. A outra, sobre a qual vamos conversar sobre agora, é uma comédia dramática. Então prepara seu melhor look, tira uma selfie babadeira (tá, me empolguei), com sua bebida favorita e vamos falar sobre “Perrengue Fashion” (Paris Filmes, 2025).
Quem disse que, para termos uma boa obra do Cinema Nacional, precisa ser uma trama muito dramática, ou bobalhona? Ou que leve a reflexões extremamente profundas, ou então que joga na sua cara a realidade de lugares do interior do Brasil. Não que essas temáticas tornem o filme ruim – muito pelo contrário. Mas, às vezes, o que queremos é assistir algo mais leve para relaxar. E aí o cinema brasileiro me perdia um pouco, pois pendia para o humor galhofa. Tem gente que se diverte e é algo que vende, mas não me pega.
Em “Perrengue Fashion”, por outro lado, a diretora Flávia Lacerda mostrou que, sim, é possível encontrar o equilíbrio entre o humor e o drama. No filme, vamos conhecer uma mãe vivida por Ingrid Guimarães – convenhamos, ela dispensa apresentações, não é mesmo? –, que busca essa nova realidade que temos hoje em dia: se tornar uma referência fashion, uma blogueira de sucesso, uma influencer. Até que uma grande oportunidade chega para ela: participar de uma campanha para o Dia das Mães com uma grife importantíssima. Mas é aí que seus problemas começam. Diferente dela, seu filho, vivido por Filipe Bragança, é extremamente low profile (desconectado de redes sociais).
Pela sinopse e pelo trailer, o filme até parece mais uma comédia bobinha. Porém, meus queridos, posso afirmar que saí da sessão extremamente grato pela experiência. O longa consegue pegar uma premissa simples e fazer um ótimo trabalho. Algo que venho comentando aqui ultimamente: “o simples e bem feito”.
Bom equilíbrio
Ele não usa da muleta das piadas escatológicas ou apelativas para se afirmar como comédia. Do tipo: “olha essa piada, que engraçada! Vamos, gente, riam!”. E tampouco quer fazer o uso do drama exagerado para motivar o espectador: “vejam que situação triste, é comovente, vocês não acham?”. Ele pega situações completamente plausíveis e, por mais distante que possa ser ou não da nossa realidade, é algo que conseguimos compreender e tomar como verdade.
Dá para perceber os anseios da mãe em conseguir uma carreira, algo que ela realmente batalha para conquistar. E, também, conseguimos ver que seu filho teve acesso ao mesmo mundo que a mãe almeja e decidiu que é a realidade para ele viver. Como espectadores, conseguimos ver duas realidades completamente opostas interagindo. E sabe o que é interessante? O filme nos deixa conectados para saber como tudo vai se resolver.
O humor está na medida certa, assim como as questões mais dramáticas. Além disso, o longa consegue nos fazer refletir: o que realmente importa? Visualizações, likes, recebidos? Ele levanta essas questões de uma forma orgânica. Parece que passamos mais tempo da nossa vida a mercê das telas, enquanto a vida real está passando bem na nossa frente. Será que é realmente saudável uma vida totalmente online?
Fotografia de encher os olhos
Agora, algo que o filme faz com maestria é nos apresentar as belezas do nosso país. Longas assim me fazem perceber o quanto ainda tenho de conhecer das belezas do nosso Brasil. A fotografia está incrível. É de encher os olhos. Até porque, convenhamos, o nosso país é rico em cultura e beleza natural. Ou seja, representar isso no filme não foi tão difícil. Brincadeiras à parte, realmente o longa é um espetáculo visual. Mas, queiram me desculpar, ainda acho o nosso pôr do sol – o de Porto Alegre – é um dos mais lindos.
Saí da cabine de imprensa com o coração quentinho. É lindo ver o nosso Cinema Nacional mais vivo do que nunca. Tanto que as questões que poderiam me incomodar foram tão pequenas que o saldo foi extremamente positivo.
Vamos valorizar o nosso Brasil. Vamos ao cinema prestigiar filmes como este. Ah, você não sabe o que assistir? Está aí mais um motivo para você seguir nos acompanhando. Já falamos aqui de “A melhor mãe do mundo”, “Bicho Monstro” e agora “Perrengue Fashion”. O cinema brasileiro é muito rico e precisamos prestigiá-lo. Que possamos ter o mesmo nível de expectativa com as produções daqui, quanto com as que temos com os estúdios de fora.
Então, é isso meus caros. Vamos prestigiar quem movimenta a cultura brasileira. Vamos compartilhar com outras pessoas sobre esses filmes. Que o sucesso de “Ainda Estou Aqui” se repita muitas outras vezes nas premiações mundiais. Que isso não seja um ato isolado. Temos, sim, qualidade para brilhar em qualquer área. Deixo aqui meu abraço, até nosso próximo encontro. Thi.
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