CINEBIOGRAFIA

Cinebiografia de Bruce Springsteen traz a realidade por trás dos holofotes da indústria da música

Falar sobre biografias é uma temática um tanto complicada. São poucos os filmes que realmente fazem jus a história dos artistas.

(Da esquerda para a direita) Jeremy Allen White como Bruce Springsteen e Jeremy Strong como Jon Landau em "Springsteen: Salve-me do Desconhecido", da 20th Century Studios. Crédito: 20th Century Studios – Todos os direitos reservados.
(Da esquerda para a direita) Jeremy Allen White como Bruce Springsteen e Jeremy Strong como Jon Landau em "Springsteen: Salve-me do Desconhecido", da 20th Century Studios. Crédito: 20th Century Studios – Todos os direitos reservados.

Olá, meus queridos! Prontos para mais um papo sobre cinema? Então vamos preparar uma bela mesa de café da manhã, ao estilo americano: com café, panquecas, ovos e bacon. Hoje nossa conversa vai ser sobre uma obra biográfica e reflexiva: “Springsteen: Salve-me do Desconhecido” (20th Century Studios, 2025). Preparados? Então, vamos nessa.

Nesse dia, fui pego de surpresa na cabine de imprensa. Na correria do dia a dia, só confirmei minha presença, memorizei o local e fui. Não consegui me organizar previamente para saber mais do filme ou assistir ao trailer. Uma experiência de assistir um filme às cegas. O que não poderia ter sido melhor! É estranho você ir sem saber de nada, mas saí muito grato da sessão.

Em “Springsteen: Salve-me do Desconhecido” temos uma cinebiografia de Bruce Springsteen. Eu sei que falar sobre biografias é uma temática um tanto complicada. São poucos os filmes que realmente fazem jus a história dos artistas. Porque, convenhamos, somos seres humanos, não somos a Mary Poppins (practically perfect in every way). Por mais que tenhamos uma admiração por determinado artista, temos de ter a ciência de que ele é um ser humano passível a erros.

“Biografia da Wikipédia” aqui não

Algo que os estúdios não estão dispostos a falar sobre. Preferem contar uma história rasa e sem conteúdo. Com o foco nas grandes conquistas e vitórias dos artistas. Um filme que mais parece uma pesquisa genérica feita na internet. Isso me faz lembrar do Oscar de 2019, na injustiça com “Rocketman” (Paramount Pictures). Uma biografia que merecia, sim, ter mais destaque do que o vencedor da noite. Mas, enfim, quem sou eu para criticar a academia.

Ouso dizer que essa cinebiografia foge um pouco das últimas que tivemos nas telonas. Reconheço que não conhecia – até então – a história de Bruce Springsteen. Inclusive, achei interessante quando postei nas redes sociais que estava na cabine e minha mãe veio comentar sobre ele. Mas acredito que meu desconhecimento fez com que o filme cumprisse seu papel.

Saí da sessão curioso em saber mais sobre a história do personagem, assim como ouvir seus álbuns. Nesse aspecto, acredito que o longa acertou muito. Por mais que a pessoa seja conhecida do grande público, ele ainda consegue capturar um público novo e instigar a descobrir mais sobre o artista.

Detalhes de produção

E, meus queridos, como é bom quando um longa se preocupa com os detalhes. Na história, somos levados aos anos 1980. Aqui o Design de Produção merece um destaque à parte. O cuidado em mostrar a tecnologia da época, principalmente quando o foco era no estúdio ou quando o artista gravava de forma “amadora”. Os figurinos, as locações… Nossa dava vontade de entrar no filme para tomar um café da manhã com eles. Muito bom!

Como falei, por mais que tenhamos uma admiração por determinado artista, ele é um ser humano. E aqui podemos ver um pouco disso. Um cara que estava no auge de sua carreira, decide criar algo completamente fora do esperado pela indústria. Queiram me desculpar, mas preciso trazer um pouco para a minha realidade.

Me lembrou quando Mariah Carey decidiu lançar um álbum natalino no seu auge, após três álbuns premiados, em 1994. Algo que, na época, era considerado “fim de carreira”. Veja 30 anos depois. Não é à toa que até hoje fazem comentários do tipo: “está chegando a hora de descongelar ela para o Natal”.

Indústria x criatividade do artista

O filme me vez refletir também como a indústria trabalha. Às vezes o artista lança um mega álbum e não quer ficar seguindo uma mesma fórmula para manter o sucesso. Tanto que Bruce Springsteen lançou o álbum do jeito que ele queria, sem divulgação, single, ou turnê. E mesmo assim foi um sucesso.

Antigamente, as coisas eram tão mais simples e bem feitas. Hoje em dia, parece que tudo tem de ser uma hiper mega produção. Já é difícil lançarem em mídia física, mas quando o fazem lançam diversas variantes, muitas vezes sem conteúdo, ou algum diferencial. Apenas visando o número. Números vazios na minha opinião, mas enfim.

Humanidade do personagem

Voltando ao filme. No longa, conseguimos ver um pouco do lado humano de Springsteen. O que muitas vezes queria só viver uma vida simples no “anonimato”. Longe dos holofotes, da barulheira da cidade grande. Mas algo que achei muito interessante é como foi trabalhado o assunto de saúde mental.

Muitas vezes, as pessoas acham que a vida é sempre aquele quadrado fechado de sentimentos. É tudo muito preto no branco, não tem uma nuance de cor. Onde, às vezes, essa teimosia em aceitar que, sim, temos outras nuances de sentimentos, pode acabar resultando em algo mais “grave” emocionalmente.

Quero pedir licença a vocês, mas vou ser um pouco pessoal. Viver de máscaras onde a gente sorri e diz que está tudo bem o tempo todo não é nada saudável. Nós reprimirmos nossos sentimentos, não faz bem nenhum. Às vezes a gente fica, sim, com vergonha do que os outros vão pensar. Ou nosso ego, mesmo sem percebermos, nos impede de pedirmos ajuda. Mas gente, saúde emocional é um tópico muito importante, sim!

Não precisamos estar bem o tempo todo. Não tem problema em pedirmos ajuda. E aqui o filme levanta um ponto muito importante. A diferença que faz quando temos uma rede de apoio. A história de Springsteen, poderia ter tido um final bem diferente. Se o agente dele não tivesse a sensibilidade e pulso firme em lidar com a gravadora, e exigisse que ele fizesse o que a indústria queria. Teríamos duas possibilidades: não teríamos o álbum histórico da sua carreira e muito provavelmente teríamos um fim trágico na sua história.

Para ver e ouvir o álbum depois

Eu saí da cabine de imprensa muito grato. Primeiro em poder conhecer um pouco da vida de um artista. O álbum dele está na minha lista para ouvir nos próximos dias. Até porque é um gênero musical que não consumo habitualmente. É bom ouvir coisas novas. E, depois, por alertar as pessoas sobre a importância de falarmos e lidarmos com sabedoria com nossa saúde mental.

Por hoje é isso, meus queridos! Cuidem-se, saúde física e mental são importantes e merecem cuidados, sim! Se você não sabe como pedir ajuda, manda uma mensagem para alguém de sua confiança: “oi, olha só, vamos tomar um café”. O primeiro passo é o mais difícil, mas vai por mim vale muito a pena. Um forte abraço! Thi.

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