CRÍTICA DE CINEMA

Em "Juntos", a relação de um casal vira pesadelo estranho e desejo obsessivo

Longa com Dave Franco e Alison Brie aposta em narrativa lenta, atmosfera sufocante e final perturbador

Crédito: Diamond Films / Divulgação
Crédito: Diamond Films / Divulgação

E aí pessoal, como estamos?! Hoje nosso papo é sobre o filme “Juntos” (“Together”, 2025). O filme de body horror que está sendo muito comentado nas redes sociais e que chega aos cinemas nesta semana. Admito que saí da sessão com o sentimento do “e viveram felizes para sempre” nesse caso teve um tom bem diferente ao dos contos de fadas.

Aqui vamos acompanhar a história do casal Tim (Dave Franco) e Millie (Alison Brie). Eles não estão vivendo o melhor momento do relacionamento mas, talvez, as coisas mudem. Millie é chamada para trabalhar em uma escola. Logo o casal se muda para uma cidade isolada no interior dos Estados Unidos. O que seria uma situação ótima para recomeçarem e fortalecer seus laços, acaba tomando uma perspectiva bem diferente do esperado. Algo na floresta dessa pequena cidade, aparentemente tranquila e pacata, esconde segredos nefastos.

Esse filme me deixou intrigado. Gostei muito, mas não sei se leva o título de “melhor filme de terror do ano”, como ele vem se vendendo. Mas, é sim, um filme de terror bom. Não gosto muito de fazer comparativos, mas lembram do que comentei sobre o filme “O Ritual” dias atrás sobre o tempo. Aqui, nem senti passar. Ironicamente ambos tem quase a mesma duração.

Quebra-cabeças

Em “Juntos”, o clima de tensão foi tão bem construído, que o simples ato de mastigar uma pipoca me deixava tenso nos momentos de silêncio. Tudo foi tão bem construído que eu consegui ficar imerso na história. Mas não achei um filme tão de terror assim. Assistindo ao trailer parecia ser um filme frenético, cheio de jump scare (sustos na tela). Mas ele opta pelo estilo slow burn. Nós ganhamos um punhado de peças e – por mais que queiramos montar o quebra cabeças de imediato – a narrativa nos conduz de uma forma cautelosa até juntarmos todas elas.

Ficamos o tempo todo com a sensação de que algo estranho está acontecendo nas entrelinhas. E, de fato, está acontecendo algo, mas é como se as peças não se encaixassem. Isso porque nós queremos logo finalizar o quebra cabeças, mas não é isso que o filme quer de nós. Ele quer nossa atenção até o final. Nos deixando tensos, inclusive nos momentos mais silenciosos do filme. Você não pula de susto de forma gratuita quando algo a trilha aumenta. Pelo contrario você se contorce na poltrona querendo assistir logo o que vai acontecer.

Será que é muito errado eu ver esse filme como um romance com nuances de terror? Onde o “viveram felizes para sempre” leva um tom mais literal digamos assim. Um filme em que os personagens se amam tanto ao ponto de ficarem literalmente juntos para sempre. Acredito que essa narrativa que o filme constrói leva o romance para um lugar mais sombrio.

Espero vocês no nosso próximo encontro sobre filmes. Também quero saber a opinião de vocês, o que acharam do filme. Ansiosos?! Um abraço do Thi, vejo vocês em breve.