O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse hoje (1º) que vai reorganizar a Polícia Civil para que se concentre no combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e aos homicídios. Witzel concedeu a primeira entrevista à imprensa depois de tomar posse no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Depois da posse, ele viaja para Brasília, onde acompanhará a posse do presidente Jair Bolsonaro.
“Isso já estamos fazendo em janeiro. Já estamos trabalhando [na reorganização]”, disse ele, que acabou com a Secretária Estadual de Segurança Pública e criou a Secretaria de Polícia Militar, a Secretaria de Polícia Civil e a Secretaria Executiva do Conselho de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
O governador afirmou que se reuniu com o secretário de Polícia Civil, delegado Marcus Vinicius Braga, e discutiu o fortalecimento da investigação de homicídios em áreas de mais incidência do crime.
“Vamos fortalecer o departamento de investigação de homicídios para ter um foco maior nas regiões onde os homicídios acontecem com maior intensidade. Não é possível que continue no estado do Rio de Janeiro essa quantidade de homicídio. Está faltando uma investigação mais aprofundada com maior quantidade de delegados”, ressaltou.
WItzel voltou a mencionar a proposta de compartilhar a lista de procurados do estado com empresas com tecnologia de reconhecimento facial, para facilitar a localização desses foragidos.
Metas
O secretariado de Witzel se reunirá amanhã para consolidar as informações levantadas no período de transição e preparar um plano de trabalho mais aprofundado que será apresentado no dia 12.
“A reunião do dia 12 será mais aprofundada, quando, aí sim, pretendo divulgar algumas questões fundamentais. Evidentemente que, o mais importante para nós, em termos de governo é a questão orçamentária”, disse Witzel, que afirmou ter discutido com o secretário de Fazenda meios para enfrentar o déficit de R$ 8 bilhões nas contas do estado. “Estamos recebendo o caixa com nenhum tostão.”
Para combater esse desequilíbrio, o governador defendeu o combate à sonegação fiscal e a melhoria da estrutura de arrecadação.
“Você não pode falar em aumento de imposto se não estiver muito bem organizado para arrecadar de quem tem que pagar, para não sobrecarregar quem já paga”, ponderou.
Sobre a eleição para a presidência da Alerj, o governador afirmou que não pretende intervir e disse que se comportará da mesma maneira em relação à presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Witzel disse que espera um bom relacionamento com a Alerj e prometeu tratar as discussões de forma republicana.
Casa Civil e educação
Após a cerimônia de posse, o secretário de Casa Civil, José Luís Zamith, disse que o governo planeja criar um indicador ou uma plataforma digital para, semanalmente, prestar contas das promessas e dar publicidade às ações tomadas. Em relação ao déficit orçamentário, ele evitou adiantar medidas que serão tomadas, mas disse que o primeiro momento será de “organização da casa”.
Já o secretário de Educação, Pedro Fernandes, afirmou que vem ouvindo profissionais da área que relatam grande defasagem nos quadros da secretaria. O secretário afirmou que o maior desafio é motivar os profissionais e disse que pretende desmembrar diretorias regionais de educação na Capital e na região metropolitana, para que fiquem responsáveis por menos escolas.
Diante de um cenário em que o Rio de Janeiro está em queda na avaliação de desempenho do ensino médio no país, o secretário disse que a valorização dos profissionais é o único caminho.
“A única chance de a gente reverter esse processo é valorizar os profissionais de educação e fazer com que fiquem motivados, porque são os únicos que podem reverter esse processo”.
*Matéria alterada às 11h42 para acréscimo de informação.