O grupo alemão Volkswagen anunciou hoje (22) que mais de 11 milhões de carros a diesel em todo o mundo foram equipados com um tipo de motor que poderia distorcer os dados de emissão de gases.
Em comunicado, o grupo faz questão de esclarecer que “os veículos novos do grupo Volkswagen com motores diesel UE 6, atualmente disponíveis na União Europeia, estão em conformidade com os requisitos legais e as normas ambientais”, mas que os veículos “com motores tipo EA 189, envolvendo cerca de 11 milhões de automóveis em todo o mundo”, poderão ter discrepâncias nos dados das emissões.
A Volkswagen acrescenta que trabalha “intensamente para eliminar as discrepâncias através de medidas técnicas”, estando em contato com as autoridades competentes, principalmente da KBA (Autoridade Federal Alemã de Transportes).
A EPA (Agência de Proteção do Meio Ambiente) dos Estados Unidos acusou, na sexta-feira (18), a empresa de adulterar o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes por meio de um software incorporado no veículo. A alteração pode resultar em multa de até US$ 18 bilhões (cerca de 15,9 bilhões de euros ao câmbio de hoje).
O presidente do grupo Volkswagen, Martin Winterkorn, reconheceu que a empresa adulterou os dados e lamentou no domingo (20) ter “quebrado a confiança” dos clientes e do público em geral, depois das acusações das autoridades norte-americanas.
A marca suspendeu as vendas dos modelos de carros envolvidos, que eram o foco dos esforços de Winterkorn para recuperar mercado nos Estados Unidos. A estratégia da Volkswagen para o mercado norte-americano passava por vender carros a diesel com motores poderosos e poucas emissões de gases – uma forma de ganhar cota, já que no ano passado as vendas nos Estados Unidos tinham caído 10% para 366.970 unidades.
No entanto, a Volkswagen não especificou quantos modelos estarão afetados pela decisão, mas alguns dos veículos que incluem esse motor são o Golf, Jetta, Beetle da Volkswagen e o Audi A3.
Cotidiano