Universíade começa quarta-feira em Nápoles

Segunda maior competição poliesportiva do mundo, a Universíade começa na próxima quarta-feira (3) com quase 3 mil atletas e membros de comissões técnicas hospedados em dois navios de cruzeiro no porto de Nápoles, cidade italiana que sedia o evento deste ano. Segundo a Federação Internacional de Esporte Universitário (Fisu), 2.936 membros das delegações passarão pelos navios durante os 12 dias de competição.

Os jogos universitários de 2019 chegaram a ser programados para Brasília, mas, após a desistência do Governo do Distrito Federal, em 2014, a Itália assumiu o calendário levando a competição para Nápoles. Com menos tempo para construir uma vila para a competição, que costuma reunir mais de 10 mil participantes em edições anteriores, os organizadores reduziram o número de categorias e apostaram na acomodação flutuante.

Ao todo, 5.971 atletas irão a Nápoles participar da Universíade, e quem não ficar nos navios será acomodado nas cidades de Caserta e Salerno, onde também haverá competições. O presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário, Luciano Cabral, disse que metade da delegação brasileira ficará nos cruzeiros em Nápoles, porém os atletas serão agrupados nas áreas dos navios por modalidade, e não por delegação, como costuma ocorrer quando a acomodação é em vilas.

Luciano Cabral acredita que o conforto dos atletas não será comprometido, porque os cruzeiros têm cabines preparadas para receber turistas com estrutura semelhante à de hotéis. “Acredito que eles terão até serviços a mais”, disse.

A redução do número de atletas participantes da Universíade de 2019 – são quase 2 mil a menos que em Taipei 2017 – também se reflete em uma delegação brasileira menor. Neste ano, o Brasil será representado por 170 atletas e integrantes de comissões técnicas, número que chegou a 300 na última edição do evento. Os atletas brasileiros competirão em sete modalidades em Nápoles: atletismo, futebol, ginástica artística, judô, natação, taekwondo e vôlei.

A CBDU está otimista com os resultados que podem ser obtidos. Campeão da Universíade de Taipei, o futebol feminino do Brasil levou um time totalmente renovado e está entre as principais apostas. No atletismo, esporte que cresceu em número de finais na última edição do evento, o Brasil contará com dois dos quatro campeões mundiais do revezamento 4×100 metros, Paulo André Camilo e Rodrigo Nascimento.

A proximidade do Pan-Americano fez com que parte dos atletas brasileiros focasse na competição regional em seu calendário. Luciano Cabral explica que essa opção se repete historicamente nos anos anteriores à Olimpíada, enquanto países da Europa, Ásia e os Estados Unidos aproveitam a Universíade para dar experiência a seus atletas mais fortes em competições internacionais poliesportivas. A Universíade acontece a cada dois anos, sempre um ano antes e um ano depois dos Jogos Olímpicos.

“Essa Universíade [anterior à Olimpíada] é tecnicamente muito mais forte, porque os países da Ásia e Europa e os Estados Unidos pegam seus atletas que estão sendo preparados para a olimpíada. A gente acaba dando prioridade aos jogos pan-americanos e indo com time mais fraco. Já os EUA vão para a Universíade com um time mais forte que o do pan-americano”.

A delegação brasileira começou a embarcar para o evento na última quarta-feira (26). Os primeiros atletas a chegar à Itália foram as jogadoras de futebol, que terão um jogo no dia 2 de julho, antes da abertura oficial do evento, marcada para o dia 3. Segundo o presidente da CBDU, Luciano Cabral, os últimos a chegar devem ser os atletas do taekwondo.