Tribunal Federal cassa liminar e mantém novo ministro da Justiça no cargo

Uma decisão do presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), permitiu nesta segunda-feira (7) que o novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, assuma o cargo em substituição ao ex-ministro José Eduardo Cardoso, atual chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), até que o STF (Supremo Tribunal Federal) decida sobre a questão.
O desembargador atendeu pedido da AGU para suspender a liminar concedida ao DEM, na última sexta-feira (4), pela juíza Solange Salgado de Vasconcelos, da 1ª Vara Federal em Brasília. Ela entendeu que o ministro, por ser membro do Ministério Público da Bahia, não pode exercer o cargo. Nesta segunda, a AGU recorreu, argumentando que um artigo da Constituição abre a possibilidade de membros do MP desempenharem outros cargos públicos.

Curta nossa página no Facebooksiga no Twitter e receba nossas atualizações

Na decisão, o desembargador ressalta que o STF vai decidir, na quarta-feira (9), a pedido do PPS, sobre a legalidade de membro do Ministério Público, como é o caso de Wellington César na Bahia, exercer o cargo de Ministro de Estado da Justiça. A ação no STF é relatada pelo ministro Gilmar Mendes.
“Enquanto isso não ocorrer, entendo que a execução da liminar, tem o condão de acarretar grave lesão à ordem pública, a autorizar a concessão da suspensão requerida”, diz o desembargador no texto. A decisão tomada pelo desembargador é válida até que o STF decida sobre o tema.
Na decisão, o desembargador disse que a decisão da juíza “envolve interferência em ato do governo, com subjacente impacto nas condições de governabilidade da chefe do Poder Executivo”. E completou: “Além do mais, a liminar questionada, como afirma a requerente ‘deixa sem comando, do dia para a noite, um ministério que tem como responsabilidade direta a segurança pública, as garantias constitucionais, a administração penitenciária, entre outros assuntos de extrema relevância’”, diz.

Ministro da Justiça deixa cargo de procurador-geral na Bahia

O Ministério Público da Bahia informou nesta segunda-feira (7), por meio de nota, que o novo ministro da Justiça, o procurador Wellington César Lima e Silva, foi exonerado, na última quinta-feira (3), da função de procurador-geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos e não do cargo vitalício de procurador estadual. No mesmo dia, Wellington Silva tomou posse como ministro da Justiça.
Além da exonerar do cargo de procurador-geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos da Bahia, o Conselho Superior do Ministério Público autorizou o afastamento de Wellington Silva do cargo vitalício de procurador, tendo como base o inciso nono, do artigo 129 da Constituição Federal.
O texto constitucional prevê que os membros do Ministério Público podem exercer “outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas”. O artigo também foi usado pela Advocacia-Geral da União para embasar o pedido de suspensão da liminar que impediu a posse do novo ministro da Justiça.