Três corpos foram encontrados na manhã deste domingo (8), por volta das 9h40, em uma mata próxima ao Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em avançado estado de decomposição. Segundo informações da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Amazonas, equipes da Polícia Civil, Instituto de Criminalística e IML (Instituto Médico Legal) foram deslocadas para o local, em Manaus, para fazer a retirada dos corpos.
Entre os dias 1° e 2 de janeiro, o Compaj foi palco de uma chacina que deixou ao menos 56 detentos mortos após confrontos entre facções rivais. No episódio, cerca de 180 presos fugiram da unidade. Ainda não há informações se os corpos encontrados neste domingo têm ligação com os eventos do início da semana.
Nesta manhã também foi confirmada a morte de pelo menos quatro pessoas na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus. Dos quatro mortos, três foram decapitados e um morreu por asfixia. Segundo o Comitê de Gerenciamento de Crise, o motivo da rebelião ainda é desconhecido. O local estava desativado desde outubro de 2016 por falta de estrutura, mas após a rebelião ocorrida no Compaj voltou a funcionar para abrigar parte dos presos que estavam no complexo e sofriam ameaças de outros detentos.
Compaj
De acordo com o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fonte, a chacina no Compaj foi resultado da rivalidade entre duas organizações criminosas que disputam o controle de atividades ilícitas na região amazônica: a FDN (Família do Norte) e o PCC (Primeiro Comando da Capital). Aliada ao Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, a FDN domina o tráfico de drogas e o interior das unidades prisionais do Amazonas. Na ocasião, foram confirmadas 60 mortes. Desde o segundo semestre de 2015, líderes da facção criminosa amazonense vêm sendo apontados como os principais suspeitos pela morte de integrantes do PCC, grupo que surgiu em São Paulo, mas já está presente em quase todas as unidades da federação.