Que Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo historicamente dominam o Campeonato Paulista, não é novidade. Juntos, somam 95 títulos nas 124 edições do Estadual mais antigo do país. Nas duas últimas temporadas, os quatro grandes monopolizaram as semifinais da competição. Não se trata, porém, de uma constante na atual década, já que esse “fenômeno” só se deu quatro vezes de 2011 para cá. Nas outras cinco ocasiões, um ou até dois clubes de menor apelo surpreenderam e entraram na briga pela taça. Em 2014, inclusive, o troféu do Paulistão ficou no interior, com o Ituano campeão em cima do Santos.
Em 2020, a história será a mesma de 2018 e 2019? Ou algum grande ficará pelo caminho, como em 2012, 2013, 2014, 2016 e 2017? As respostas começam a ser dadas nesta quarta-feira (29). Às 19h (de Brasília), São Paulo e Mirassol abrem as quartas de final do Paulistão no Morumbi, no duelo entre o líder e o vice-líder do grupo C. O Tricolor, dono da terceira melhor campanha geral, com 21 pontos, tem o terceiro ataque mais positivo da competição, com 19 gols marcados. Posto que, antes da paralisação, há quatro meses, era justamente do Mirassol. O time do interior, porém, perdeu 18 jogadores durante a interrupção do futebol, devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), e ainda não balançou as redes desde que a bola voltou a rolar.
“O São Paulo chega preparado e, principalmente, muito motivado. O grupo tem a vontade de escrever o nome na história do clube e acabar com esse jejum de títulos [a equipe não vence o Estadual desde 2006]. Sabemos que o Mirassol é uma boa equipe, a gente vem treinando em cima de alguns detalhes do jogo. Acredito que temos tudo para fazer uma grande partida”, disse o zagueiro Bruno Alves, do Tricolor, em entrevista ao canal do clube no YouTube.
Mais tarde, às 21h30 (horário de Brasília), o Palmeiras mede forças com o Santo André. Que este seria um dos jogos das quartas de final, já se sabia desde quarta-feira passada (22). Restava saber de quem seria o mando. O Ramalhão perdeu a liderança do grupo B, após nove rodadas, ao tropeçar diante do Ituano no domingo (26). A vitória sobre o Água Santa, no mesmo dia, deu ao Verdão o direito de jogar em casa – ainda que sem torcida, norma estabelecida pelo governo estadual para retomada do futebol em meio à pandemia.
Assim como o Mirassol, a equipe andreense perdeu atletas durante a paralisação. A situação do Palmeiras, embora menos desfavorável, não é tão confortável, em especial no ataque. O time dirigido por Vanderlei Luxemburgo não conta mais com o ídolo Dudu, emprestado ao Al Duhail, do Catar, e, nos últimos jogos, viu Gabriel Veron e Luan Silva se tornarem desfalques por lesões musculares. Por enquanto, o Verdão tem Rony à disposição para formar o trio ofensivo com Luiz Adriano e William, mas, o atacante tem atuado graças a um efeito suspensivo – ele foi punido pela Fifa, por quatro meses, devido a uma quebra de contrato com o Albirex Niigata, do Japão, antes de acertar com o Athletico Paranaense, seu ex-clube.
Os dois confrontos serão decididos em jogo único. Em caso de empate no tempo normal, haverá disputa de pênaltis. Os times que seguiram adiante nesta quarta-feira voltam a campo no domingo (2), pelas semifinais. O horário dos encontros, porém, depende dos confrontos. A equipe de melhor campanha entre os semifinalistas encara a de pior, às 16h (de Brasília). Já às 19h (de Brasília), vão à campo os clubes com segunda e terceira melhores pontuações.
As quartas de final prosseguem na quinta-feira (30). Às 19h (de Brasília), o Corinthians enfrenta o Red Bull Bragantino, time de melhor campanha da competição, no Morumbi – a cidade de Bragança Paulista (SP) não pode sediar partidas no momento por estar em uma região com restrições, conforme o plano de reabertura econômica da quarentena no estado, devido à pandemia. Às 21h30 (de Brasília), será a vez de Santos e Ponte Preta jogarem na Vila Belmiro.
Segundo a Federação Paulista de Futebol (FPF), as partidas a partir do mata-mata terão árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês), que atuará em uma sala centralizada na sede da Federação, em São Paulo. Ainda de acordo com a entidade, como se trata de uma experiência inédita na América Latina, cada estádio terá uma sala completa do VAR, para resguardo. Conforme a FPF, esse modelo foi adotado na Copa do Mundo da Rússia, com a arbitragem de vídeo concentrada em uma central, na capital Moscou.
Semifinalistas na década
2011 – Santos, Corinthians, São Paulo e Palmeiras
2012 – Santos, Guarani, São Paulo e Ponte Preta
2013 – Corinthians, Santos, São Paulo e Mogi Mirim
2014 – Ituano, Santos, Palmeiras e Penapolense
2015 – Santos, Palmeiras, Corinthians e São Paulo
2016 – Santos, Audax, Corinthians e Palmeiras
2017 – Corinthians, Ponte Preta, Palmeiras e São Paulo
2018 – Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos
2019 – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos