Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a 10 anos com a correção dos juros acordada, de 4,7% ao ano.
Taxas menores de juros indicam redução da desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Com os sucessivos rebaixamentos sofridos pelo país, os estrangeiros passaram a cobrar juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros.
Na última emissão de papéis de aproximadamente 10 anos, em outubro de 2017, o Brasil havia captado US$ 3 bilhões no exterior com juros de 4,675% ao ano. Mesmo assim, os juros ainda estão inferiores aos registrados em março de 2016, quando o Tesouro tinha captado US$ 1,5 bilhão no exterior com taxas de 6,125% ao ano.
A taxa do título brasileiro foi 215,8 pontos maior que a dos títulos do Tesouro americano de 10 anos. Isso significa que o Tesouro Nacional pagará juros de 2,158 pontos percentuais ao ano, maiores que os de papéis semelhantes emitidos pelo governo dos Estados Unidos. Em outubro de 2017, a diferença estava em 235 pontos. Os títulos norte-americanos são considerados os papéis mais seguros do mundo.
De acordo com o Tesouro Nacional, o spread – diferença entre os juros dos títulos do governo brasileiro e do governo dos Estados Unidos – caiu para o menor nível desde que o Brasil perdeu o grau de investimento (selo de bom pagador concedido pelas agências internacionais de classificação de risco). Na operação de hoje, informou o órgão, a demanda foi quatro vezes superior à oferta.
Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 28 de março. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional.