Cotidiano

Temporal atinge cidades do Rio Grande do Sul; previsão é de mais chuva

Cidades da fronteira oeste do Rio Grande do Sul enfrentam um quadro de inundações e alagamento, resultado de temporais que chegaram a acumular 200 milímetros em 24 horas esta semana. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, da EB...

Cidades da fronteira oeste do Rio Grande do Sul enfrentam um quadro de inundações e alagamento, resultado de temporais que chegaram a acumular 200 milímetros em 24 horas esta semana.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, da EBC, o prefeito de Alegrete, Márcio Fonseca do Amaral, disse que já prepara o decreto de situação de emergência e que vizinhos como Santana do Livramento, Uruguaiana, São Borja e São Gabriel também foram fortemente afetados.

enchentes em Alegrete

Enchentes causam transtornos à população de Alegrete  (Departamento de Comunicação/PMA)

“Neste momento, estamos sem chuva aqui, embora a previsão do tempo ainda seja de alguma precipitação ao longo de toda essa semana, o fim de semana e a metade da semana que vem, mas com intensidade baixa”, relatou.

De fato, aviso meteorológico divulgado pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul alerta que, em função dos volumes de chuva dos últimos dias, o prognóstico é que os picos de cheia nos rios Ibirapuitã e Quaraí sejam atingidos hoje (11), agravando a situação na região.

Segundo Amaral, vários bairros ribeirinhos estão imersos nas águas. O rio Ibirapuitã registra 13 metros acima do nível normal, o que fez com que a ponte que liga a zona leste à zona oeste de Alegrete fosse interditada desde ontem (10).

Alagamento fecha UPA

Apenas na saúde, os prejuízos no município chegam a R$ 3 milhões, com uma unidade de pronto atendimento (UPA) fechada por conta dos alagamentos. Os pacientes foram transferidos para a Santa Casa de Caridade, único hospital do município.

“No momento, estamos com 856 pessoas atingidas pela enchente. Temos trezentas que estão desabrigadas e 556 desalojadas. São números cadastrados até o momento. A tendência é que esse número ainda aumente significativamente, já que estamos com todo o pessoal da defesa civil trabalhando com auxílio dos bombeiros e do Exército e muita ação de voluntariado” disse.

Outro problema, de acordo com o prefeito, é que a maioria das cidades atingidas pelas enchentes e pelos alagamentos depende fortemente da agropecuária.

“Elas estariam se preparando para iniciar a colheita no fim do mês ou no início do mês que vem. Com certeza, ficaremos muito prejudicados com o escoamento da produção, o que se reflete no PIB [Produto Interno Bruto] do município”, afirmou, ao destacar que a agricultura representa em torno de 64% do PIB dos municípios da região.