O presidente Michel Temer disse neste domingo (2) que vai colaborar com o próximo governo eleito durante o período de transição e que será “inevitável” ao próximo presidente, seja ele quem for, promover uma reforma da Previdência. O presidente falou sobre os assuntos em entrevista ao programa Agora é Domingo, apresentado por José Luiz Datena na Rede Bandeirantes.
Segundo o presidente, o apoio na transição será dado independentemente do candidato que vencer as eleições de outubro. “Não tenha dúvida, vou colocar todo o aparelho governamental para fazer transição, seja eleito quem for. Porque esta é a obrigação que a Constituição nos determina”, afirmou.
Michel Temer também considerou “inevitável” que o próximo presidente tenha que fazer uma reforma da Previdência. “Não há governo que chegue ao poder agora que não tenha que fazer a reforma”, disse, complementando que, devido às eleições, o assunto saiu da pauta legislativa, mas não saiu da pauta política.
Ao ser perguntado sobre as denúncias contra seu governo feitas pelos empresários Joesley e Wesley Batista, Temer criticou os autores da acusação e disse que as gravações prejudicaram a aprovação de medidas econômicas importantes.
“Os que me foram grampear foram presos. Foi uma trama bem urdida que acabou dando nisso: impediu a reforma da Previdência e a simplificação tributária, que eram os dois temas que completariam [a lista de reformas que o governo se propôs a fazer]”, disse. O presidente voltou a classificar as denúncias contra ele como “pífias”.
Por duas vezes na entrevista, o presidente disse que quer ser reconhecido pela história “recente” e comparado a outros governos como uma gestão reformista na área econômica. “Saímos de uma recessão profunda. Quando cheguei ao governo, em maio de 2016, o PIB era de -0.59% [no mês]. Seis, sete meses depois, em dezembro, já caiu para -3.6% [acumulado do ano]. E em 2017, [o ano fechou] 1% positivo. Ou seja, avançamos sete pontos. Embora os jornais noticiem que o desemprego está em 12,3%, antes estava em 12,8%. Portanto está caindo”, declarou, referindo-se ao dado mais recente da taxa de desemprego.
Ao ser questionado sobre a proposta de distribuir senhas para entrada de venezuelanos no país, Michel Temer afirmou que a limitação ocorreria para os estrangeiros que atravessam a fronteira apenas para comprar alimentos e remédios. Impedir o ingresso dos imigrantes, segundo ele, continua sendo algo “incogitável” e “inegociável”.
“Quando nos reunimos com os ministros, concluímos que era preciso disciplinar um pouco a entrada: 60% praticamente voltam, o restante fica aqui. O recebimento da senha [seria porque] você não pode ter 800 entrando de uma vez, 1.000 entrando de uma vez. Então, vamos disciplinar. Entram 200, 300 cada vez. Essa é uma questão administrativa, foi questão minha. Jamais fecharemos a fronteira brasileira por causa de aspectos humanitários”, disse.