Taxista mais antigo de Porto Alegre comemora 96 anos

Diante de um bolo ornamentado nas cores azul e branca, cercado de familiares e dezenas de colegas, todos seus amigos do ponto da Estação Rodoviária onde trabalha desde 1982, Juvenal Cunha da Silveira, o taxista em atividade com idade mais avançada da Capital, comemorou na manhã de terça-feira, 27, seus 96 anos de vida. Só na profissão, são 58 anos, sem multas ou reclamações registradas em sua ficha funcional na prefeitura, motivo de uma homenagem recebida, também, da fiscalização de transporte da EPTC, com a entrega de um diploma pelos agentes Airton Martins e Cátia Simone Lemes.

“Relíquia”. É assim que Ademir Niffa, supervisor do ponto da Estação Rodoviária considera o “Seu Juvenal”: “Sua companhia entre nós é uma benção para todos os seus 800 colegas aqui do nosso ponto. Ele é uma pessoa muito especial para a categoria, certamente sua segunda família. Tem gente que vem de outras cidades só para fazer uma foto ao lado dele. O Juvenal é uma verdadeira atração turística da cidade”.

O neto Felipe, estudante, de 27 anos, acompanhado de sua mãe, Rosângela, fez questão de participar da comemoração. Ele só tem elogios ao avô, um verdadeiro modelo para a sua vida: “Com o táxi, ele criou seus dois filhos. Nunca teve preguiça para trabalhar e, mesmo viúvo há oito anos, não esmoreceu. É um orgulho para nós, amigo de todos os seus colegas taxistas, muito elogiado pelos passageiros pela sua conduta, que até lhe dão presentes, como incentivo para que continue no táxi”.

Natural de Nova Santa Rita, Juvenal iniciou no táxi na Capital em 1960, dirigindo um Pontiac, com ponto na av. Presidente Roosevelt, zona Norte. Feliz com as homenagens recebidas, entre muitas fotos e dezenas de abraços, fez questão de comentar sobre seus segredos para continuar com plena saúde e firme na sua profissão: “É fácil, sem nenhum mistério: gosto de trabalhar. Tenho uma vida regrada. Não bebo, nem fumo. Não me atrito com ninguém. Respeito as leis do trânsito. E não uso o celular, que pode causar acidentes. Se algum outro motorista me xingar, por qualquer bobagem, não me estresso. Simplesmente me faço de surdo. Deixo a vida me levar, sem pressa. E, neste passo, espero ir bem longe ainda, se Deus quiser”.