A dupla de taekwondo Ícaro Miguel e Milena Titonelli, ambos já classificados para a Olimpíada de Tóquio (Japão), ganhou um incentivo tecnológico para reforçar a preparação durante a quarentena. Os atletas começaram a utilizar um software de realidade virtual, que simula as características de possíveis adversários. Ambos integram a equipe de taekwondo de São Caetano do Sul (SP).
“Catalogamos os movimentos dos adversários e transferimos a ferramenta. Tomamos como base o que é feito na Fórmula 1. Temos um acervo bem grande das lutas dos nossos adversários. E pegamos alguns atletas da nossa equipe que têm características parecidas com esses adversários para fazer a captura desses movimentos. A ideia é fazer tudo o que for possível para chegarmos bem em Tóquio e conquistarmos as medalhas”, explicou à Agência Brasil o treinador Reginaldo Santos, um dos técnicos da equipe brasileira de taekwondo.
Na avaliação de Ícaro Miguel (categoria até 80 kg) o dispositivo é fundamental neste período de isolamento social, por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
“É uma inovação gigantesca. E é claro que a prioridade é a OiImpíada, mas, a partir de agora, podemos usá-la em todos os campeonatos. O equipamento oferece a chance de estudarmos todos os rivais. Não apenas um específico como, por exemplo, o russo Maksim Khramtcov, que é o líder do ranking. A ideia é treinarmos em cima dos pontos fortes e fracos de todos. A nossa equipe acredita que, quanto maior o grupo de pessoas treinando junto, [melhor para] a gente conseguir simular o máximo possível as situações que vamos enfrentar nas lutas. E, se não temos esse contato no dia a dia, isso dificulta o trabalho tático. E agora com esse equipamento novo isso fica muito mais fácil”, afirmou o atleta,que faturou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima, ano passado.
Bruno Eisinger, um dos desenvolvedores do software, explicou à Agência Brasil que a ferramenta ainda envolve outras medições do desempenho dos atletas. “Montamos os trajes de captura de movimento, que estão permitindo ligar o conhecimento da equipe multidisciplinar aos treinamentos táticos, de cognição, de tomada de decisão. É um trabalho inédito em nível mundial” comentou. Para Milena Titonelli, a melhora já foi notada nos treinos durante a quarentena. “Estamos reclusos, treinando isolados, com um rígido protocolo sanitário. Não temos a parte da competição que é fundamental para analisarmos como está o nosso desempenho. Por isso, esse software completa a preparação. Ajuda muito para termos as medições e as análises do nosso desempenho nos mais variados vetores físicos e orgânicos”, considerou a atleta à Agência Brasil.
“É uma inovação gigantesca. E é claro que a prioridade é a OlImpíada, mas, a partir de agora, podemos usá-la em todos os campeonatos. O equipamento oferece a chance de estudarmos todos os rivais. Não apenas um específico como, por exemplo, o russo Maksim Khramtcov, que é o líder do ranking. A ideia é treinarmos em cima dos pontos fortes e fracos de todos. A nossa equipe acredita que, quanto maior o grupo de pessoas treinando junto, [melhor para] a gente conseguir simular o máximo possível as situações que vamos enfrentar nas lutas. E, se não temos esse contato no dia a dia, isso dificulta o trabalho tático. E agora com esse equipamento novo isso fica muito mais fácil”, falou à Agência o lutador Ícaro Miguel, prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima em 2019.
Bruno Eisinger, um dos desenvolvedores do software, diz que a ferramenta também auxilia em outras medições do desempenho dos atletas. “Montamos os trajes de captura de movimento, que estão permitindo ligar o conhecimento da equipe multidisciplinar aos treinamentos táticos, de cognição, de tomada de decisão. É um trabalho inédito em nível mundial”, analisa.
Logo nos primeiros treinos com o novo dispositivo, Milena Titoneli (até 67 kg) percebeu os benefícios. “Estamos reclusos, treinando isolados, com um rígido protocolo sanitário. Não temos a parte da competição que é fundamental para analisarmos como está o nosso desempenho. Por isso, esse software completa a preparação. Ajuda muito para termos as medições e as análises do nosso desempenho nos mais variados vetores físicos e orgânicos”, atesta Titoneli, ouro ano passado no Pan de Lima.
Sonho de medalha olímpica
Além do taekwondo, o mineiro Ícaro Miguel, de 25 anos, também trava uma luta pessoal para lidar com as sequelas de um acidente doméstico, sofrido quando tinha seis anos, que o deixou com apenas 10% da visão olho direito. Para voltar aos 100% de visão, ele precisaria passar por um transplante de córnea, e teria de abrir mão da carreira e do sonho olímpico. “Nunca estive tão perto dele. Sei que não é fácil de ganhar uma medalha. Estamos falando de uma Olimpíada. São os 16 melhores do mundo. E cada um ali tem as suas qualidades e chances reais de estar no pódio (…) Eu sempre trabalho muito e sou muito confiante. Busco demais essa medalha, sonho com o ouro olímpico desde os dez anos de idade. Vou seguir trabalhando e treinando com o pensamento de que vai dar certo”.
Aos 21 anos, a paulista Milena Titoneli também sonha em subir ao pódio em Tóquio. A jovem quer, no mínimo, igualar a marca de Natália Falavigna – atual coordenadora de Seleções da Confederação Brasileira da modalidade -, até hoje a única brasileira a conquistar uma medalha para o país no taekwondo. Falavigna foi bronze nos Jogos de Pequim (2008).
“É uma das minhas maiores metas, poder levar o nome do taekwondo brasileiro e da minha equipe, a Two Brothers Team, sempre aos lugares mais altos do pódio”, comentou Milena, que nos Jogos Pan-Americanos do ano passado já fez história, sendo a primeira brasileira a faturar uma medalha de ouro. Em maio do ano passado, ela voltou da Inglaterra com o bronze do Mundial da modalidade.
A seleção brasileira de taekwondo contará ainda em Tóquio com o já classificado Edival Marques, o “Netinho”, na categoria até 68 kg.