A Brigada Militar suspendeu o alvará de funcionamento da Nasf Portaria e Segurança, investigada por formação de milícia, em Pelotas. Na manhã desta terça-feira (5), o Ministério Público desencadeou a Operação “Braço Forte”, para combater crimes como tortura, formação de milícia, lesões corporais e danos patrimoniais no Sul do Rio Grande do Sul.
Conforme promotores, a Nasf é de propriedade do tenente da reserva da Brigada Militar Nelson Antônio Silva Fernandes. A empresa que deveria prestar serviço de zeladoria se organizou em uma milícia que torturava suspeitos de crimes e, também, outras pessoas sem nenhuma vinculação com delitos.
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A Nasf foi criada após o tenente ir para a reserva, há cerca de dez anos. A empresa possui mais de cinco mil clientes e arrecada, aproximadamente, R$ 500 mil mensais. O nome da operação, “Braço Forte”, é uma alusão ao slogan da empresa “O braço forte da comunidade”, que por sua vez é uma alusão ao da Brigada Militar: “A força da comunidade”.
O Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guarda da Brigada Militar passou a fiscalizar a empresa em 2015, após decisão da Justiça Federal de Pelotas. Até então, quem fiscalizava era a Polícia Federal, que recomendou o fechamento da Nasf. O caso foi parar na Justiça.
Segundo o Major Robinson Vargas de Henrique, responsável pelo Grupamento, caso a empresa continue operando, estará ilegal e poderá sofrer consequências judiciais.
Violência como arma
Vídeos gravados pelos próprios acusados comprovam agressões a um suspeito de ter roubado uma residência para a qual a Nasf prestava serviços. Interceptações telefônicas autorizadas judicialmente também evidenciam os crimes praticados pelo bando.
Segundo apurado pelo Ministério Público, o grau de violência assustou, inclusive, brigadianos que atuam no policiamento ostensivo em Pelotas. Eles eram orientados a registrar os casos como supostas resistências à prisão.
Até mesmo familiares de possíveis criminosos eram espancados para informar o paradeiro dos alvos do grupo. Pessoas e empresas que não utilizavam os serviços da Nasf eram forçadas à contratação, através do arrombamento de suas residências e estabelecimentos comerciais.