A polícia do condado de San Diego, na Califórnia, prendeu o jovem de 19 anos John Earnest, responsável pelo ataque à sinagoga de Poway. O tiroteio, numa comunidade de classe média alta com 48 mil habitantes ao norte de San Diego, deixou uma mulher morta e três pessoas feridas.
Em entrevista coletiva, o xerife do condado, William Gore, explicou que investigadores do FBI e da Divisão de Homicídios da polícia ouviram o jovem, que não tem ficha criminal. Ele acrescentou que o jovem responderá por crimes de ódio e violações dos direitos civis.
O ataque ocorreu ontem (27) às 11h30, hora local, no último dia da cerimônia do feriado da Páscoa Judaica. As autoridades isolaram a área ao redor da sinagoga. A polícia também está verificando se o jovem tinha alguma ligação com um incêndio recente ocorrido em uma mesquita na região.
“No momento, parece um crime de ódio”, disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Meus sinceros pêsames vão para as famílias afetadas”, acrescentou. Vários moradores da comunidade relataram ao site San Diego Union Tribune terem ouvido tiros. A polícia mantém as outras sinagogas na área sob controle de precaução.
O tiroteio ocorre exatamente seis meses depois que um homem armado matou 11 pessoas em uma sinagoga em Pittsburgh, o ataque mais sangrento à comunidade judaica na história dos Estados Unidos.
Manifesto on-line
O homem preso publicou ontem um manifesto na internet em que se descreveu como “supremacista branco” e “antissemita” e anunciou que queria matar judeus. No documento, divulgado pelo jornal Washington Post, Earnest afirmou ter incendiado uma mesquita há um mês na cidade californiana de Escondido, a poucos quilômetros da sinagoga em que ocorreu o tiroteio.
Dois dos três feridos no tiroteio na sinagoga são israelenses. Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel explicou que a menina de 8 anos e o tio de 31 anos feridos no ataque vêm de Sderot, na fronteira com a Faixa de Gaza, e estão nos Estados Unidos há alguns anos. O estado de saúde deles evolui favoravelmente.
Condenação
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou de “duro golpe para o coração do povo judeu” o tiroteio na sinagoga. Ele enviou condolências às famílias da mulher morta e desejou a recuperação dos feridos. “A comunidade internacional deve fortalecer os esforços na luta contra o antissemitismo”, declarou. Em meio à proliferação de ataques antissemitas no mundo, o primeiro-ministro pediu uma consulta especial nesta semana com especialistas do ramo.
* Com informações da RAI, emissora pública de televisão italiana