STF concede liberdade para advogado acusado de lesar 30 mil pessoas

A defesa de Maurício Dal Agnol conseguiu libertar o advogado através de um habeas corpus. Ele é acusado de liderar uma quadrilha que lesou mais de 30 mil pessoas e lucrou mais de 100 milhões de reais de clientes em diversos municípios do Rio Grande do Sul. Ele estava preso desde setembro de 2014, quando – segundo informações da Polícia Federal – articulava uma fuga para fora do País.
O habeas corpus foi assinado pelo Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello. Dal Agnol teve a prisão decretada na Operação Carmelina, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro de 2013.
O esquema
Segundo a PF, um grupo de advogados e contadores, comandados por Dal Agnol, procurava os antigos acionistas da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações) com a proposta de entrar com ações na Justiça contra empresas de telefonia fixa. A maior parte das ações era contra a Oi Telecom, sucessora da Brasil Telecom. Os clientes ganhavam a causa, mas os advogados repassavam a eles uma quantia muito menor da que havia sido estipulada na ação. O esquema fez o advogado enriquecer rapidamente, segundo a PF.
A Operação Carmelina foi desencadeada em Passo Fundo e em Bento Gonçalves, na Serra. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia e de contabilidade e em uma residência. A operação foi batizada de Carmelina porque este era o nome de uma mulher que teve cerca de 100 mil reais desviados no golpe. Segundo a PF, ela morreu de câncer, e poderia ter custeado um tratamento eficaz com o dinheiro que tinha direito.