SAÚDE PÚBLICA

Simers se soma a hospitais e entidades médicas na crítica ao novo modelo de remuneração do IPE Saúde

Maior contrariedade do sindicato é quanto à obrigatoriedade, no novo modelo, de os hospitais aderiram ao "convênio global". Entenda o que é;

Sede do IPE Saúde, na avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre. Crédito: Matheus Lopes / Ascom IPE Saúde

Após hospitais e entidades ligadas à área médica se manifestarem contra o novo modelo de remuneração proposto pelo IPE Saúde, agora foi a vez do Simers (Sindicato Médico do Rio Grande do Sul) se posicionar. A nota veio através de um vídeo divulgado na tarde de ontem (28) pelo presidente do Sindicato, Marcos Rovinski. Nele, ele faz críticas ao modelo proposto pelo IPE Saúde e saiu em defesa da categoria, pedindo a suspensão do novo modelo de remuneração aos hospitais credenciados no plano.

O ponto em que Rovinski foi mais enfático foi quanto à sua contrariedade, no novo modelo, de os hospitais aderirem ao chamado “convênio global”. No convênio global, o hospital tem o dever de fornecer o corpo médico para atender os pacientes. Assim, os médicos não precisam necessariamente serem credenciados ao IPE. Eles trabalham para o hospital. A partir daí, o IPE remunera o hospital que remunera seus funcionários.

Rovinksi classifica este ponto como uma “solução compulsória”. “É a tentativa do IPE Saúde de forçar os hospitais de aderirem ao convênio global, que pode atacar frontalmente a autonomia médica, forçando o profissional a atender segurados do IPE subordinados ao Hospital, sem que haja qualquer negociação nesse sentido”, argumenta. E conclui, dizendo: “Ou seja, nessa negociação com os hospitais, os médicos estão sendo usados como objeto de negociação sem serem consultados“.

Rovinski ainda cita os “milhares de códigos [referentes ao novo modelo] a serem negociados a partir de agora”, assim como não nega que devam acabar as “gambiarras” existentes no sistema, segundo ele, citadas pelos gestores do IPE. Para ele, é preciso ser ajustado um valor de diária hospitalar, com todos os insumos necessários, para que aqueles equipamentos de mantenham saudáveis. Para o atendimento aos usuários, “que são a razão de ser do sistema”.

O IPE Saúde reitera que o adiamento em 30 dias do início do novo modelo é um período para que os prestadores entendam melhor as mudanças e se adaptem, pois o novo modelo deriva de apontamentos dos órgãos de controle. Contudo, o IPE Saúde, assim como esteve nos últimos meses, diz que seguirá aberto ao diálogo e buscando soluções que sejam corretas e que beneficiem todos os lados, mas principalmente os segurados.