A produção nacional de bebidas cresceu 65,6% em maio frente a abril em período de pandemia de coronavírus, de acordo com a PIM (Pesquisa Industrial Mensal), divulgada nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar do resultado positivo, o crescimento não foi suficiente para reverter a queda de 26,3% acumulada em março e abril. Segundo o IBGE, os dados refletem os impactos da pandemia de coronavírus na economia brasileira. Para o gerente da pesquisa, André Macedo, “a partir do último terço de março, várias plantas industriais precisaram adaptar formatos de produção e de vendas para atender o atual cenário”.
O mês de maio já demonstra algum tipo de volta à produção, mas a expansão de 65,6%, apesar de ter sido a mais elevada desde março deste ano, eliminou parte da redução d 49,6% acumulada nos meses de março e abril de 2020.
Para João Sattamini, do grupo Organique, por exemplo, o desempenho do setor se reflete nas atividades impulsionadas, em grande maioria, pelas fábricas. “Começamos a programar para a retomada nos Estados Unidos, país onde o crescimento de bebidas energéticas cresceu 30% nos últimos 6 anos. Mas, durante a pandemia nossas vendas cresceram 200% com a ajuda do e-commerce, um dos canais de viabilização para chegarmos ao consumidor final.”
Queda de de 11,2% nos primeiros meses
No mês de maio, a produção industrial nacional mostrou avanço de 7,0% em todas as grandes categorias econômicas (veículos automotores, reboques e carrocerias, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e bebidas) frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, interrompendo, dessa forma, dois meses de resultados negativos consecutivos: -9,2% em março e -18,8% em abril.
Os dois meses seguidos de queda acumularam perda de 26,3% e levaram o patamar de produção ao seu ponto mais baixo da série, refletindo o agravamento dos efeitos do isolamento social (por conta da pandemia da Cpvid-19) e que afetou o processo de produção em várias unidades produtivas no país.
Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou redução de 21,9% em maio de 2020, sétimo resultado negativo seguido nesse tipo de comparação e a segunda queda mais elevada desde o início da série histórica, abaixo apenas da perda verificada em abril último (-27,3%). Com isso, o setor industrial assinalou perda de 11,2% nos cinco primeiros meses de 2020.