Em assembleia realizada pela Amapergs Sindicato (Associação dos Monitores, Agentes e Auxiliares Penitenciários do Rio Grande do Sul) na Praça da Matriz, em Porto Alegre, os agentes penitenciários e demais servidores da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários) decidiram entrar em greve.
A greve foi decretada e já está valendo desde às 18h desta segunda-feira (18). A categoria, que já estava em estado de greve, decidiu paralisar em protesto aos projetos do Palácio Piratini que atingem os servidores da Susepe e serão votados na Assembleia Legislativa nessa terça-feira (20).
Mesmo com a greve, os servidores da Susepe mantém os serviços essenciais realizados nos presídios gaúchos, como alimentação e atendimento médico. Entretanto, as visitas, repasses de alimentos e outras atividades especiais serão suspensas durante o período da paralisação, a partir de terça-feira.
Sindicato dos agentes penitenciários critica proposta de mudança em escala de trabalho
A Amapergs Sindicato critica veementemente a proposta do Governo do Estado de modificar a jornada de trabalho dos agentes penitenciários gaúchos. Segundo a entidade, a mudança no sistema de plantão de 24h, atualmente utilizado, pode acarretar em rebeliões nas cadeias.
Segundo a Amapergs, a alteração do regime de plantão causará rebeliões nos presídios. O número de revistas dentro das cadeias passará, por exemplo, de apenas uma por dia para três, o que poderia gerar descontentamento dos presos e problemas nas visitas.
Conforme o texto publicado pelo próprio governo no site “Novo Estado“, a alteração na lei “suprime o regime de plantão e permite que a Administração gerencie os recursos humanos no melhor atendimento do serviço público, resultando em um tratamento igualitário da jornada de trabalho às demais categorias, respeitando o limite constitucional”. O texto foi encaminhado à Assembleia como PLC 245. Para a Amapergs, por outro lado, a mudança aumentará a carga horária da categoria.
Como teste, agentes penitenciários suspendem visitas na Modulada de Charqueadas e presos acabam queimando colchões
Em protesto contra a proposta de mudança na escala de trabalho de 24 horas dos agentes penitenciários, os funcionários da Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários) suspenderam as visitas na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, na Região Carbonífera.
Sindicalistas da Amapergs bloquearam o acesso à casa prisional durante um protesto na manhã do último sábado (17). Revoltados, os detentos atearam fogo em colchões no pátio do módulo 1 da penitenciária.
Segundo o vice-presidente da Amapergs, Cláudio Fernandes, o protesto ocorreu para mostrar os riscos do PLC 245: “A insatisfação não é só dos agentes. Os presos não vão aceitar serem retirados às 23h para revista. Esse procedimento vai causar revolta. Hoje é prova disso. Queremos mostrar que o Governo está errado”, afirmou o sindicalista.