Servidor da Assembleia é investigado por fraudes com uso de atestados médicos

O objetivo é investigar mais uma fraude envolvendo dinheiro público na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (27) a Operação Repouso Absoluto. O objetivo é investigar mais uma fraude envolvendo dinheiro público na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

O alvo da vez é o servidor público concursado Luís Fernando Coimbra Albino, 55 anos. Ele é filiado ao partido SD (Solidariedade). O homem é suspeito de apresentar, por diversas vezes e de forma não contínua, atestados médicos falsos e, assim, realizar lavagem de dinheiro.

Os comprovantes fraudados eram usados para investigar os afastamentos do serviço. No entanto, mesmo distante da AL, Albino continuava recebendo o seu vultuoso salário, cerca de R$ 24,2 mil em valores brutos.

“Há farta prova documental que, nos diversos períodos de afastamento que deveriam ser utilizados para repouso em virtude das licenças para tratamento da saúde concedidas, o suspeito viajava em atividades partidárias pelo interior do Estado, as quais eram divulgadas em redes sociais, ou exercia normalmente atividades profissionais de cunho eminentemente particular”, explicou o delegado Max Otto Ritter.

Durante as buscas, os policiais encontraram um atestado assinado em branco em nome do cirurgião vascular Nilo César Mandelli. O médico, que foi um dos onze profissionais que assinaram atestados para Albino, é colega de partido do servidor público alvo da investigação.

As buscas

Na ação de hoje foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. Um deles no endereço residencial do servidor investigado. O outro na Assembleia Legislativa. Na sede do legislativo foram visitados o Departamento de Gestão de Pessoal, onde se encontram assentos funcionais, folhas-ponto e atestados médicos em nome do suspeito. São investigados os crimes de peculato, falsidade ideológica e associação criminosa.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, as buscas tiveram como objetivo a localização de documentos que possam materializar os crimes investigados. A investigação busca saber, também, a relação do servidor público com os médicos que atestavam os afastamentos.

Os delegados também querem identificar de outros casos similares e responsabilizar todos os envolvidos. Durante as ações, foram apreendidos celulares, dois veículos – um eles um carro de alto padrão –, atestados médicos, receituários e documentos relacionados à atividade profissional do servidor.