Cotidiano

Sem horas extras, Carnaval pode ficar sem policiamento em cidades do RS

As 11 cidades do 40º BPM (40º Batalhão de Polícia Militar), de Estrela, ficarão sem policiamento nas festas de rua do Carnaval deste ano. O corte de gastos decretado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) no início deste mês, dificultou a organização do efetivo, já reduzido, para patrulhar os eventos na região. Com cotas de horas extras reduzidas em 60%, o comando precisou cortar também a segurança que era direcionada aos bailes e desfiles nas ruas, conforme informações do jornal O Informativo do Vale.
De acordo com o comandante do 40º BPM, major Marcelo de Abreu Fernandes, o subsídio disponibilizado para a região é suficiente apenas para manter os serviços básicos para a população. A Brigada Militar (BM) vai garantir o policiamento 24 horas em todas as cidades, mas não poderá oferecer guarnições para eventos que atraem milhares de pessoas, como a tradicional festa do samba em Bom Retiro do Sul e Taquari. A segurança nos eventos esportivos também ficará comprometida.
Problema generalizado
Mas o problema com o corte das horas extras não se resume apenas a região do Vale do Taquari. Há problemas em todas as regiões do Estado. Apesar do comando da Brigada Militar negar, algumas cidades do Rio Grande do Sul trabalham no limite mínimo do seu efetivo por turno.
Com o déficit de pessoal, que já é histórico, o que era ruim pode piorar. Situações de vulto podem ter uma resposta mais demorada devido a falta de pessoal nas ruas. E policiais não estão descartando a possibilidade chamar colegas que estão de folga em momentos emergenciais.
Problemas nos Bombeiros
O atendimento dos Bombeiros também tem sofrido com o corte de horas. Em Campo Bom, os bombeiros atuam com um contingente mínimo de dois servidores diariamente. Caso venha ocorrer um incêndio, os servidores terão que fechar o quartel para atender a solicitação e, se o caso for de grandes proporções, solicitar apoio de cidades próximas com mais estrutura, como Novo Hamburgo e Sapiranga.

A situação não é diferente em Sapiranga. O contingente de servidores em serviço por dia no município é de seis. Em caso de ocorrências de maior volume, colegas de folga estão de prontidão, caso seja necessário. O alinhamento de efetivo (remanejando as atividades técnicas e operacionais) é uma das maneiras encontradas em Sapiranga para manter o atendimento adequado.