"Sartori desconhece a realidade do povo gaúcho", critica Sinpol

Segundo dados da SSP, no primeiro semestre do ano, houve 35% mais casos de latrocínio do que no mesmo período do ano passado

O Sinpol (Sindicato dos Servidores da Polícia Civíl do RS) criticou a declaração feita ontem pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) ao afirmar que “a criminalidade está diminuindo no Rio Grande do Sul”. Horas depois, via Twitter, o político deu a entender que “confundiu” os dados de roubo de veículo com os de latrocínio, quando a vítima é morta após roubo.
O sindicato dos policiais afirma que Sartori “demonstrou total falta de conhecimento sobre a realidade em que vivem os gaúchos”. “A violência no Rio Grande do Sul têm crescido tanto que não é necessário recorrer aos números para saber disso”, afirmou, por meio de nota divulgada em seu site.

Dados contradizem o governador

Segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública), no primeiro semestre do ano, houve 35% mais casos de latrocínio do que no mesmo período do ano passado. Crimes contra a vida, como homicídio cresceram 6%, roubos 20% e extorsão mediante sequestro incríveis 67%.
“As pessoas vêm alterando suas rotinas, evitando sair à noite e tomando outras atitudes que refletem diretamente no funcionamento de todo o sistema. Ao mesmo tempo em que a criminalidade atinge índices alarmantes, os policiais não contam com o respaldo necessário do Estado para combater o problema e o cenário é preocupante”, disse a nota do Sinpol.
Segundo o sindicato dos policiais civis, de janeiro até agosto, já foram mais de 200 pedidos de aposentadorias na Polícia Civil, sem contas nas que já foram solicitadas e ainda serão publicadas. “Isso significa que os novos policiais que começarão a trabalhar no início do próximo ano, após concluir o Curso de Formação, não compensarão as aposentadorias e ainda assim a Polícia Civil sofrerá com um grande déficit de policiais”, afirmou.
“O governo Sartori precisa repensar a forma como vem tratando a área da Segurança Pública. Do contrário, a situação ficará ainda pior e quem sofrerá as consequências será, como sempre, a população gaúcha”, concluiu.