A queda nos índices de vacinação se tornou preocupante. A redução expressiva nas imunizações é apontada como uma das causas do crescimento nos casos de mortalidade infantil no Brasil. Doenças consideradas erradicadas no país, como o sarampo e a poliomielite, voltam a acometer crianças brasileiras.
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que o contágio por sarampo cresce no mundo inteiro. O Brasil ocupa o terceiro lugar em número de casos, ficando atrás apenas da Ucrânia e das Filipinas. A doença é muito contagiosa, e o vírus pode ser contraído por alguém até duas horas depois de a pessoa infectada ter saído do local.
Em 2016, a OMS decretou, oficialmente, o Brasil como território livre do sarampo. No ano passado, porém, a doença voltou ao país – com casos confirmados no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, além de centenas registrados em Roraima e no Amazonas. Nos últimos meses, Amazonas, Roraima e Pará já apresentaram pacientes com a doença.
Vacinação é única forma de evitar contágio
De acordo com o infectologista do Hospital Divina Providência, Sidnei Alves dos Santos Júnior a vacina é a única maneira de prevenir a contaminação pelo vírus. “Os principais sintomas são febre e manchas no corpo, acompanhados de tosse, coriza ou conjuntivite”, alerta o infectologista. Por se tratar de uma doença altamente contagiosa – transmitida por meio de secreções mucosas –, pessoas não imunizadas devem evitar o contato com infectados.
Ainda conforme o especialista, a rede pública disponibiliza gratuitamente a Tríplice Viral para a população de 12 meses a 49 anos de idade. Profissionais de saúde e demais pessoas envolvidas na assistência à saúde hospitalar também são contempladas com a vacina.
Segundo o Ministério da Saúde, a Tríplice Viral é muito segura e tem uma eficácia maior que 95%, em média. Os indivíduos que já contraíram sarampo apresentam anticorpos que impedem uma nova contaminação.
O que é o sarampo?
É uma doença viral exantemática (que produz manchas vermelhas), aguda, potencialmente grave, transmissível e altamente contagiosa. As pneumonias em crianças com sarampo são complicações frequentes e de significativa morbidade e mortalidade.
Além disso, as complicações do sarampo podem deixar sequelas, tais como: diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento.
Principais sintomas
Em geral, febre alta, que inicia entre 10 e 12 dias após a exposição ao vírus. A febre permanece por quatro a sete dias. Exantema (manchas vermelhas), coriza, tosse. Também há sintomas de olhos vermelhos e lacrimejantes, conjuntivite. Os pacientes também podem ter pequenas manchas brancas no interior das bochechas (que aparecem normalmente 1 a 2 dias após o início do exantema).
Transmissão
Ocorre pelo contato com as secreções de saliva e espirros de pessoas infectadas. A infecção se produz por disseminação dessas gotículas ou pelo contato direto com o doente. As pessoas infectadas com o vírus podem contagiar a outras pessoas no período de quatro a seis dias antes do exantema ou até quatro dias após o início do exantema.
Tratamento
Não existe tratamento específico para o sarampo. Sendo assim, a indicação é direcionada ao alívio dos sintomas, além de alimentação leve, hidratação e repouso.