Saiba quem são os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre

Em Porto Alegre, 8 nomes estarão à disposição para ocupar o Paço Municipal a partir de 1º de janeiro de 2017, quando José Fortunati (PDT) deixa o posto após seis anos.

A menos de dois meses da escolha dos novos prefeitos, vices e vereadores, os eleitores já começam a sentir o clima das eleições. A euforia das Olimpíadas, que começaram na semana passada, ofuscou um pouco o começo da campanha que, apesar de ser oficialmente chamada de pré-campanha pelos candidatos, está na rua a todo vapor há algumas semanas, só faltando os materiais gráficos e o pedido de voto de maneira direta.
Em Porto Alegre, oito nomes estarão à disposição para ocupar o Paço Municipal a partir de 1º de janeiro de 2017, quando o prefeito José Fortunati (PDT) deixa o posto após quase seis anos de governo. A capital dos gaúchos, com seus quase 1,5 milhão de habitantes, ainda tem muito a evoluir em áreas-chave para o desenvolvimento humano.
Abaixo, listamos os candidatos, um breve histórico e o que pesa nas suas candidaturas.
Foto: Josiele Silva/CMPA

Sebastião Melo (PMDB)

Vice-prefeito de Porto Alegre desde 2013, Sebastião Melo é o candidato oficial do governo tendo apoio, inclusive, do PDT de Fortunati que, após a desistência de Vieira de Cunha em concorrer à prefeitura, ficou com o posto de vice. Melo tem 58 anos. É goiano de nascimento. Antes de ser vice-prefeito, foi vereador da Capital por três mandatos e presidente da Câmara de Vereadores. É visto como um sujeito simples, agregador e de fala tranquila. Nas inserções do PMDB na TV no primeiro semestre, parecia um pouco desconfortável em frente às câmeras, o que deve ser melhorado no horário eleitoral que começa em 26 de agosto. Melo levará todos os feitos das gestões Fogaça e Fortunati consigo na campanha, mas também todos os problemas. Sobressaem-se as várias obras ainda em andamento na cidade, a maioria delas que deveriam estar prontas há dois anos, para a Copa do Mundo de 2014. Terá uma vice que estreia em eleições majoritárias e chega ao posto após intervenção do presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi. Juliana Brizola fora preterida pelo PDT de Porto Alegre, que preferia o vereador Mauro Zacher como vice de Melo. A coligação de Sebastião Melo é a maior entre os candidatos a prefeito, com 14 siglas, garantindo a ele o maior tempo de TV que será muito importante à campanha tendo em vista que ele não é conhecido de grande parte da população portoalegrense. Em 2012, Melo declarou à Justiça Eleitoral ter cerca de R$ 450 mil em bens.

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Foto: Marcelo Bertani | Agência ALRS

Raul Pont (PT)

O veterano Raul Pont foi o nome encontrado pelo PT para disputar a prefeitura num ano nada favorável ao partido. Aos 72 anos, ele já foi deputado estadual e federal e comandou Porto Alegre entre 1997 e 2000, entre as duas gestões de Tarso Genro nos hegemônicos 16 anos de administração petista na Capital. Apesar de o PT estar fora da Prefeitura de Porto Alegre há 12 anos, Pont tende a relembrar os principais feitos do partido no Paço Municipal e focar em desconstruir a candidatura de Melo batendo nos principais problemas do governo. Terá como vice a professora Silvana Conti (PCdoB), que já foi candidata a vereadora e é conhecida principalmente pela militância no movimento LGBT. A chapa é apoiada pela deputada Manuela D’ávila, companheira de partido de Silvana e que liderava todas as pesquisas até anunciar, no começo do ano, que não seria candidata à prefeitura. Aguarda-se, no entanto, a forma como Pont tratará a candidatura de Luciana Genro (PSol), que apareceu a frente numa pesquisa do Instituto Methodus divulgada pelo Correio do Povo e Band RS na metade de julho. São os dois candidatos de esquerda e que defendem a permanência de Dilma Rousseff no Planalto, apesar de Luciana defender novas eleições para presidente. Em um eventual segundo turno com Melo e um dos dois, as forças de esquerda podem se somar. Raul Pont, nas eleições de 2010, quando foi eleito deputado estadual, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 844 mil em bens.

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Foto: PSol/Divulgação

Luciana Genro (PSol)

Após ter ficado conhecida nacionalmente nas eleições de 2014, quando concorreu a presidente no lugar de Randolfe Rodrigues (hoje na Rede), Luciana Genro lidera os principais cenários da pesquisa Methodus divulgada em julho, com Raul Pont (PT) em segundo. Dissidente do PT, a ex-deputada federal deve focar em propostas realmente de esquerda para a Capital gaúcha e na quebra da continuidade após 12 anos de administração do mesmo grupo político na cidade. O vice será o deputado estadual Pedro Ruas, também do PSol, ex-vereador da Capital. Luciana está sem cargo eletivo desde 2010, quando não conseguiu se reeleger deputada federal apesar dos quase 130 mil votos. É uma reconhecida militante das minorias e contra os excessivos lucros de grandes empresários. Tem grande inserção nas camadas mais jovens do eleitorado. Contra si não pesam acusações de corrupção nem o constrangimento de ter que defender companheiros de partido acusados de. E isso lhe dá tranqüilidade para criticar os adversários que possuem – e muito – correligionários liderando as listas de delações premiadas da Lava Jato. Luciana é filha do ex-governador Tarso Genro (PT), mas, obviamente, não contará com apoio do pai, ao menos no primeiro turno. Legalmente, ela não precisa ser convidada para os debates. Mas, por coerência, por estar liderando as pesquisas, espera-se que seus colegas concorrentes aceitem sua presença nos embates. Luciana Genro tem 45 anos, é advogada, e em 2014 declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 185 mil em bens.

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Foto: George Gianni/PSDB

Nelson Marchezan (PSDB)

O deputado federal Nelson Marchezan Junior (PSDB) deve “correr por fora” na eleição à prefeitura e Porto Alegre. Apesar de ter uma forte atuação na Câmara dos Deputados, como grande crítico dos governos petistas e de regalias concedidas a membros do Poder Judiciário, sua candidatura pode não decolar na Capital se ficar centrada nas críticas à esquerda como um todo. Na pesquisa Methodus/Correio do Povo de julho, ele aparece com 6,5% das intenções de voto. Terá como vice o advogado e professor Gustavo Paim (PP) e essa composição lhe garantirá o segundo tempo de TV, atrás apenas de Sebastião Melo. O PP fechou questão em favor de Marchezan após flertar, também, com Melo e com a candidatura própria. Marchezan tentará colar em si o rótulo de “candidato novo, ideias novas”. Ele está no segundo mandato de deputado federal e, em 2014, declarou R$ 302 mil em bens à Justiça Eleitoral.

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Foto: Marcelo Bertani | Agência ALRS

Maurício Dziedricki (PTB)

Ex-vereador de Porto Alegre e ex-secretário de Estado no Governo Tarso Genro, o atual deputado estadual Maurício Dziedricki (PTB) será o responsável por levar seu partido a disputar a prefeitura da Capital novamente após 20 anos. Com atuação discreta na Assembleia Legislativa e sem nenhum grande partido compondo sua coligação, Maurício deve enfrentar dificuldade para fazer com que sua candidatura suba nas intenções de voto. Aos 37 anos, ele também deve tentar se apresentar como alguém jovem e capaz de mudar a cara da cidade. Seu vice será Coronel Bonete (PR), que já foi vice de Adão Villaverde (PT) na disputa em 2012. O apoio do PR veio após intervenção do novo presidente estadual da sigla, deputado Giovani Cherini, que sepultou os planos do vereador Rodrigo Maroni de concorrer à prefeitura. Maurício também deve ter o apoio do ex-senador Sérgio Zambiasi, só não se sabe em que medida. Ele é advogado e natural de Curitiba. Em 2010, concorreu a deputado federal e ficou na suplência. Nas eleições de 2014, quando se elegeu deputado estadual pela primeira vez, declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 455 mil em bens.

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Crédito: Reprodução de vídeo /Portal GAZ

João Carlos Rodrigues (PMN)

Candidato apenas para dizer que é candidato, João Carlos Rodrigues (PMN) tentará, agora, não ser impugnado. Em 2014 teve abortada sua campanha ao Governo do Estado após a Justiça Eleitoral indeferir seu pedido de candidatura pela falta de prestação de contas referentes à eleição de 2010, quando concorreu a vice-governador. Ele chegou a participar de alguns debates. Tinha um falar rápido e direto, defendendo os bons costumes na política. Tem 51 anos, ensino médio completo e nenhum bem declarado em 2014.

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Foto: Reprodução/RBSTV

Julio Flores (PSTU)

Figura carimbada das eleições, o professor Julio Flores (PSTU) será o candidato de um PSTU que teve grandes baixas no primeiro semestre, com a saída de dezenas de militantes. Ele concorreu ao Senado em 2014. Terá tempo de TV mínimo e também não precisará ser convidado para os debates eleitorais por não ter a representação suficiente na Câmara dos Deputados. Julio tem 57 anos e, segundo declaração à Justiça Eleitoral em 2014, apenas um apartamento avaliado em R$ 30 mil no bairro Nonoai, em Porto Alegre.

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Foto: Reprodução

Fábio Ostermann (PSL)

Talvez o mais desconhecido entre os candidatos, o advogado e militante de Direita Fábio Ostermann estréia em disputas eleitorais após liderar, no Rio Grande do Sul, junto a outras pessoas, o MBL (Movimento Brasil Livre), um dos grandes núcleos que saíram às ruas para pedir a saída da presidente Dilma Rousseff. Ostermann, no entanto, tem boa formação acadêmica, inclusive fora do Brasil, o que pode contar ponto a seu favor. É um dos diretores do Instituto Liberal, que tem como presidente do Conselho Deliberativo o economista Rodrigo Constantino. Suas propostas devem focar na diminuição das competências e influência do poder público na vida do cidadão, uma das premissas da Direita.

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