Após um dia de fortes chuvas que levaram o caos à cidade, com dezenas de ruas alagadas, trânsito congestionado e a população se vendo refém da intensidade das águas que tomaram até as causadas em vários bairros do Rio, o carioca tem um terça-feira mais tranquila para se deslocar para o trabalho.
Os ventos úmidos que vem do oceano manterão a nebulosidade e o tempo instável na cidade durante todo o dia, mas a previsão é chuva fraca a moderada nos períodos da manhã e da noite desta terça-feira (27).
A cidade já saiu do estado de atenção. Os ventos apresentarão intensidade fraca a moderada e as temperaturas estarão estáveis, com máxima prevista de 28°C e mínima de 18°C.
De uma maneira geral, o carioca vive uma terça-feira diferente do dia de ontem, quando as fortes chuvas deixaram cerca de 30 ruas completamente alagadas.
No início da manhã de hoje o Centro de Operações Rio suspendeu o estágio de Atenção que vigorava desde a noite de domingo.
Niterói em alerta
No dia de ontem, no município de Niterói, na Região Metropolitana do estado, choveu em apenas uma hora 70% da média esperada para todo o mês e a cidade entrou em estágio de alerta na parte de manhã. No morro do Preventório, choveu, em uma hora, 70% da média esperada para todo o mês de novembro. As sirenes de alerta foram acionadas ainda de madrugada no local solicitando, por prevenção, que as famílias deixassem suas casas.
O ponto de apoio da comunidade, que fica na associação dos moradores, foi aberto e a Defesa Civil auxilia moradores a se deslocarem para um local em segurança.
Na comunidade de Jurujuba, um deslizamento de terra atingiu um ônibus que passava perto do Morro do Peixe Galo. Os bombeiros também anotaram uma ocorrência no bairro Charitas, onde árvores deslizaram com terra na Avenida Carlos Ermelindo Marins e atingiram a pista.
Angra dos Reis
A região da Costa Verde também foi afetada pelo temporal, principalmente a cidade de Angra dos Reis, a mais castigada pelas chuvas, e onde uma casa desabou parcialmente no bairro da Monsuaba.
Um deslizamento de terra atingiu ainda a Rodovia Procurador Haroldo Fernandes Duarte, a BR-101, no mesmo bairro. A Defesa Civil também emitiu um alerta de evacuação às 2h40 da madrugada de hoje para os moradores que residem perto de encostas e locais de alagamentos nos bairros de Jacuecanga, Lambicada, Morro do Moreno, Praia do Machado, Village, Água Santa, Biscaia, Monsuaba, Paraíso, Vila da Petrobras, Caputera I e Caputera II.
Nota de esclarecimento
A prefeitura do Rio de Janeiro divulgou na manhã de hoje uma nota de esclarecimentos contestando informações de que os transtornos causados pelas chuvas de ontem decorreram da redução drástica de investimentos preventivos, principalmente em obras de contenção e de limpeza de bueiros.
Segundo a nota, as chuvas que atingiram a cidade na noite de domingo e manhã de segunda-feira, de acordo com o Alerta Rio, foram “as mais fortes dos últimos 6 anos para o mês de novembro”, no acumulado de 24h, nas estações Jardim Botânico, Rocinha, Tanque, Vidigal e Urca.
Estes foram os locais mais atingidos pelo fenômeno atípico que, associado a um conjunto de fatores (dentre os quais se inclui a maré alta), foi responsável pelo registro de uma dezena de bolsões d’água, escoados num prazo bastante razoável para os padrões de resiliência da cidade.
Segundo ainda a nota, os transtornos sentidos pela população se deram “em virtude do pico da chuva ter ocorrido precisamente no horário em que as pessoas estavam se deslocando para o trabalho”.
Sobre o levantamento feito pela equipe da vereadora de oposição Teresa Bergher, com base em dados do Sistema de Contabilidade e Execução Orçamentária (Fincon), de que nos valores investidos em seis programas voltados para o combate as enchentes, em relação ao ano de 2016, a prefeitura esclareceu que a análise “não leva em conta uma série de investimentos realizados a partir da fonte 109 (receita proveniente de multas de trânsito), tais como a limpeza de logradouros, que inclui drenagem, mas que não consta na rubrica específica do serviço”.
A prefeitura ressalta, ainda, que é importante ressaltar que “é um equívoco comparar o volume de investimento dos anos iniciais da atual gestão com 2016, uma vez que naquele período foi realizada uma série de investimentos em infraestrutura, como a construção de dois piscinões para o escoamento da água da chuva, o que justifica a discrepância entre o que foi executado naquele ano e a média histórica do que é executado anualmente na Conservação”.