Cotidiano

Retrospectiva: apenas um jogo em uma noite para apagar da história tricolor

Por ter se classificado para a Libertadores, o Grêmio entraria apenas nas oitavas de final da Copa do Brasil. Além de mais uma chance de conquistar um título, era uma oportunidade extra de se classificar para a competição continental do ano seguinte.
No final de semana anterior o time conseguira uma vitória importante contra o Corinthians. Barcos, o destaque da partida, fizera dois gols.
O adversário na Copa do Brasil seria o Santos. Por sorteio, ficou definida a primeira partida para a Arena, na noite quinta-feira, 28 de agosto.
O jogo começou quente. Giuliano, Dudu e Luan pressionavam a zaga santista. A equipe tricolor demonstrava superioridade dentro de campo, enquanto o adversário se retrancava.
O ataque, no entanto, não conseguia penetrar a zaga do Santos e aos 37 minutos do primeiro tempo tudo começou a desabar sobre o Grêmio.
Completamente desatenta, a zaga falhou na cobrança de pênalti de Lucas Lima. David Braz, sozinho no meio da área, abriu o placar para a equipe alvinegra com um gol de cabeça. Aos 45 minutos do primeiro tempo, o segundo gol surgiu a partir de uma jogada irregular de Lucas, que ajeitou a bola com o braço antes de passar para Robinho, autor do gol.
Ao término do primeiro tempo, com os nervos a flor da pele, Felipão agrediu verbalmente a arbitragem e foi expulso.
Já no início do segundo tempo, mais um erro da arbitragem: Arouca cometeu falta em Zé Roberto dentro da área, mas a arbitragem nada marcou.
A torcida, que já estava nervosa, começou a se desesperar, até que o pior aconteceu. Enquanto o Grêmio usava todas as forças para atacar o Santos, a torcida atacava o goleiro Aranha.
Os gritos de “macaco” ecoaram durante semanas. O goleiro Aranha ficou indignado com a situação. O STJD excluiu a equipe gremista da competição, sem mesmo a necessidade do jogo de volta. Foi uma derrota histórica, não só dentro como fora de campo. O caso lamentável gerou mobilização por todo o país contra as atitudes racistas.
Foi um único jogo que todos, não apenas os gremistas, esperam que nunca mais aconteça novamente.
Foto: Divulgação/ Grêmio
 
* por Lurdenir Matos, do Conexão Grenal