Cotidiano

Restaurantes e hotéis de Porto Alegre sentem impactos do coronavírus

O novo coronavírus (Covid-19) já afeta os restaurantes e hotéis de Porto Alegre. Muitos estabelecimentos já encerraram suas atividades por tempo indeterminado e os sindicatos da área fazem projeções de queda no faturamento.

94% dos restaurantes de Porto Alegre irão diminuir em, no mínimo, 50% seu faturamento por causa da pandemia do novo coronavírus. Os números são de um levantamento do Sindha (Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região).

Para a pesquisa, foram entrevistados 55 restaurantes, entre eles bares, cafés e lancherias. Com o decreto de calamidade pública no Rio Grande do Sul, os impactos da medida já estão surgindo e são notados, por exemplo, na suspensão total das atividades em 7% desses estabelecimentos.

Na opinião do presidente do Sindha, Henry Starosta Chmelnitsky, “as medidas que estão em vigor precisavam ser tomadas. A saúde pública deve prevalecer, mas a situação é muito séria”. Chmelnitsky se preocupa com o setor da gastronomia, que sente fortemente os impactos econômicos e deve demorar para retomar o equilíbrio financeiro.

O levantamento também revelou que apenas 5% dos restaurantes de Porto Alegre esperam ter um prejuízo inferior a 40% durante o surto do novo coronavírus, pois decidiram investir no segmento de delivery. “É bom ver que para alguns o impacto poderá ser minimamente controlado, mas os números ainda nos deixam em alerta, até porque o delivery não será a salvação. 44% dos negócios gastronômicos vão diminuir em 70% seu faturamento.”, avalia Chmelnitsky.

Pandemia também preocupa o setor de hotéis

O surto de coronavírus também atinge o setor hoteleiro da Capital. Segundo um levantamento do SHPOA (Sindicato de Hotéis de Porto Alegre), algumas unidades chegam a registrar taxa de ocupação de 2% e apenas aguardam que os hóspedes façam o check-out para suspender as atividades.

A pesquisa feita também aponta que alguns hotéis estão indicando hóspedes, uns para os outros, para poderem suspender suas atividades. “Decretar calamidade pública era inevitável. Diante de situações drásticas, precisamos de medidas urgentes para que possamos vencer esse período. No entanto, os impactos ao setor hoteleiro serão preocupantes. O momento exige muita resiliência dos gestores para que, após a turbulência, possamos nos reestruturar”, afirma o presidente do SHPOA, Carlos Henrique Schmidt.

Para a pesquisa, foram entrevistados 12 hotéis da Capital e de diferentes bairros. O empreendimento que possui a taxa de ocupação mais alta, cerca de 30%, revelou que, para enfrentar a crise, foi preciso implementar tarifas promocionais.

A criatividade é aliada neste momento de crise. Alguns hotéis de Porto Alegre estão fazendo preços promocionais para tentar diminuir os prejuízos durante o período de quarentena, enquanto outros estão suspendendo as atividades. Também há estabelecimentos oferecendo valores especiais para profissionais da saúde.

“O nosso turismo está sentindo na raiz tudo isso, por isso pedimos que as pessoas não cancelem suas viagens, apenas transfiram, pois a situação irá melhorar”, finaliza Schmidt.