Quatro anos após tragédia na Kiss, Prefeitura de Santa Maria quer construir memorial às vítimas

Para que a criação de um memorial ocorra, a Prefeitura e a construtora dona do terreno terão que chegar a um acordo.

O palco da maior tragédia do Rio Grande do Sul, e uma das maiores do Brasil, deve se tornar, ainda em 2017, um memorial às vítimas da tragédia na boate Kiss. A ideia é da Prefeitura de Santa Maria, que espera desapropriar o terreno no Centro da cidade em até seis meses.

No dia 27 de janeiro de 2013, um incêndio iniciado por uma queima de fogos dentro da boate causou a morte de 242 pessoas. Mais de 600 ficaram feridas.

O primeiro passo para desapropriar o terreno que fica na rua dos Andradas, em frente a um supermercado, foi realizado pelo ex-prefeito Cezar Schirmer, hoje secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Antes de deixar a administração do município, ele emitiu um decreto declarando que o imóvel é de utilidade pública.

Ao assumir o Executivo, Jorge Pozzobom (PSDB), deixou clara a sua intenção de concluir a desapropriação do terreno. O prédio e o terreno pertencem a uma empresa de hotelaria, a Econn Empreendimentos. Para que a criação de um memorial ocorra, a Prefeitura e a construtora terão que chegar a um acordo.

O conjunto onde está instalada a então boate Kiss é avaliado em cerca de R$ 4 milhões, mas o valor registrado na Prefeitura é de R$ 450 mil. No ano passado, a Econn decidiu que o prédio seria demolido e que construiria um hotel no lugar, mas voltou atrás. A empresa decidiu esperar pelo trâmite do processo de desapropriação, que pode ocorrer diretamente ou por via judicial.