SAÚDE

Janeiro Branco: Psicólogo indica estratégias para melhorar a saúde mental

Um dos principais obstáculos em relação à saúde mental é o estigma e a discriminação.

Foto: Banco de imagens Canva

Você sabia que um em cada três brasileiros apresenta problemas de saúde mental relacionados a sintomas de ansiedade, insônia e alteração do apetite?

É o que revelou uma pesquisa do Datafolha que ouviu mais de 2,5 mil pessoas em todo País. Por isso, no mês de conscientização sobre saúde mental, o psicólogo Rafael Peixoto afirma que é preciso compreender que os transtornos mentais são problemas de saúde que podem ser tratados.

“Um dos principais obstáculos em relação à saúde mental é o estigma e a discriminação, porque podem desencorajar o indivíduo a buscar ajuda e compartilhar suas experiências. Assim, campanhas de conscientização, como o Janeiro Branco, reforçam a importância de manter o diálogo aberto, não apenas quebrando tabus, mas também promovendo uma cultura que valoriza a prevenção. Isso inclui a promoção da conscientização sobre saúde mental, a educação sobre a identificação de sinais precoces e o estímulo ao desenvolvimento de habilidades de enfrentamento emocionais saudáveis”, diz.

Estamos mais exaustos emocionalmente?

Para o profissional, é importante levar em consideração que diariamente as pessoas são bombardeadas com metas e padrões inatingíveis nas redes sociais- o corpo perfeito, o trabalho dos sonhos, o relacionamento ideal, entre outros.

Com isso, a pressão individual para atingir essas expectativas sociais e profissionais se torna uma fonte comum de exaustão emocional, uma vez que gera frustração, medo e culpa por não conseguir ter tempo para trabalhar, estudar, praticar exercícios, ter uma vida familiar e social satisfatória, responder todas as conversas nos aplicativos de mensagem, entre outros exemplos.

“A constante busca por atender a padrões muitas vezes imaginários, podem impactar negativamente a saúde mental, gerando uma sobrecarga emocional e o adoecimento psíquico. Além disso, o distanciamento social, amplificado pela conectividade virtual, pode contribuir para sentimentos de solidão e sintomas depressivos, evidenciando que a era digital também desempenha um papel relevante nos desafios contemporâneos de saúde mental. É claro que não podemos esquecer de eventos traumáticos, crises econômicas, conflitos pessoais e problemas familiares”, explica.

Mitos e verdades sobre os sintomas

Pela falta de informação, é comum que muitas pessoas tenham concepções erradas sobre o comportamento de uma pessoa com depressão ou ansiedade.

O psicólogo conta que nem sempre os sintomas são claros e muitas vezes podem ser confundidos com outros problemas de saúde.

“Dores de cabeça, problemas gastrointestinais ou tensão muscular também podem ser sinais de alerta para problemas na esfera psíquica, mas nem sempre são levados em consideração”, ensina.

Além disso, destaca que é preciso se atentar às mudanças no comportamento, como isolamento social, evitação de atividades sociais ou alterações abruptas nos hábitos diários, que podem ser indicativos de que a pessoa não está bem psiquicamente.

Assim como distúrbios do sono, como insônia ou excesso de sono, perda de apetite ou ganho de peso sem motivo aparente, expressões persistentes de tristeza, desesperança, irritabilidade ou dificuldade de concentração.

Estratégias para cuidar da saúde mental

Completando 10 anos, o tema da campanha do Janeiro Branco 2024 é “Saúde mental enquanto há tempo! O que fazer agora?” – ressaltando que há caminhos para buscar uma vida mais equilibrada.

Peixoto ressalta que o acompanhamento de um profissional de saúde mental é essencial, não apenas para o tratamento, mas também para a prevenção de situações mais graves. No entanto, o cuidado com a mente envolve outras estratégias, desde uma tarde de risadas com amigos à uma boa alimentação.

“No âmbito geral, o estabelecimento de rotinas saudáveis, incluindo padrões regulares de sono, alimentação balanceada, pausas para descanso e prática regular de exercício físico é fundamental para criar estabilidade e mitigar a sensação de sobrecarga. Além disso, é essencial construir uma rede de apoio social forte. A busca por suporte emocional, seja por meio de conversas com amigos e familiares ou procurando a ajuda de um profissional de saúde mental, desempenha um papel significativo para o bem-estar”, afirma.

Em 2024, crie metas realistas

Como dica final para aproveitar o novo ano para focar em cuidar da saúde mental, o profissional alerta: estabeleça limites e crie metas realistas.

“Estabelecer limites, assim como criar metas realistas, são estratégias cruciais que, combinadas, promovem um ambiente mais equilibrado para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. A psicoterapia também é importante para estimular o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento emocionais saudáveis, que com certeza vão fazer diferença ao longo do ano”, encerra.