Pelo menos 13 manifestantes foram mortos a tiros hoje (28), no sul do Iraque, disseram médicos e fontes policiais.
Segundo as autoridades, o incidente ocorreu quando as forças de segurança iraquianas avançaram para reconquistar duas pontes na cidade de Nassíria, na vanguarda da revolta contra o poder no sul do país.
Mais de 50 manifestantes, que tinham bloqueado aquelas pontes, como parte de um amplo movimento de desobediência civil, ficaram feridos, alguns dos quais com gravidade.
A operação das forças de segurança teve início no dia seguinte à nomeação de um novo comandante militar na província para “impor a segurança e restaurar a ordem”, segundo um comunicado oficial.
Em dois meses, manifestações e violências causaram mais de 360 mortos e 15 mil feridos, indicam fontes médicas e policiais. O governo deixou de apresentar balanços oficiais.
Consulado do Irã é atacado
Na noite desta quarta-feira (27), centenas de manifestantes incendiaram o consulado do Irã na cidade de Najaf, num dia em que a violência no Iraque causou pelo menos seis mortos.
Numa reação ao ataque, o Irã condenou, através do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano Abbas Mousavi, o ataque e “exigiu uma ação decisiva, eficaz e responsável contra os agentes de destruição e os agressores” contra o consulado em Najaf, no sul do Iraque.
Hoje, as ruas de Najaf amanheceram relativamente desertas, na sequência de um novo toque de recolher obrigatório decretado pelas autoridades iraquianas.
A contestação nas ruas, de um dos países mais ricos em petróleo do mundo, começou no dia 1º de outubro, com dezenas de milhares de iraquianos pedindo a revisão do sistema político e a renovação total da classe política dominante, que acusam de corrupção.