Cotidiano

Projeto aproxima ciência da população em espaços de grande circulação

Na Rodoviária Interestadual de Brasília a estudante Gabriela Gomes da Silva, de 11 anos, reunia blocos de madeira em diversas cores em um estande com diversos tipos de brinquedos e experimentos interativos. “O que você está montando?”, perguntou a reportagem da Agência Brasil. “Já fiz várias coisas, agora estou montando um motor”, respondeu a menina.

Ao seu lado, Tiago Silva, de 6 anos, colocava discos de metal em uma mola, experimentando medidas diferentes de peso e a elasticidade do objeto. “Já fiz quebra-cabeça, agora estou colocando esses pesos”, disse. Depois de fazer a estrutura cair algumas vezes, conseguiu chegar ao equivalente para que os discos balançassem.

Ao lado dos brinquedos, diversos mapas, livros e outros tipos de materiais escritos e gráficos abordavam aspectos diversos da produção científica, desde reciclagem de lixo até imagens topográficas dos estados brasileiros.

O espaço faz parte de um projeto de popularização da ciência promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o MCTIC de portas abertas. Ao longo do dia de hoje (20), o estande ficou disponível para quem passava pela rodoviária interestadual.

“Aqui temos material de distribuição gratuita, brinquedos interativos, e também trabalhamos a ciência por meio da arte. Qualquer um pode vir, fazer uma palestra, falar, cantar ou se apresentar”, explicou Marcos Oliveira, um dos servidores do ministério responsáveis pelo espaço.

As iniciativas de disseminação da ciência à sociedade não são novas. Desde 2004, é realizada anualmente no mês de outubro uma semana nacional voltada ao tema. Neste ano, mais de 1.500 municípios promoveram algum tipo de atividade desse tipo. Entretanto, o espaço na capital da república marca um passo adiante.

O ministério quer começar por Brasília para apresentar instituições de pesquisa e produtos de conhecimento científico de forma periódica para além da semana nacional. Depois da estreia na rodoviária, outros locais de grande circulação serão buscados, entre terminais rodoviários e áreas em regiões administrativas do Distrito Federal.

A intenção em 2020 é expandir a iniciativa para outras cidades com centros de pesquisa e instituições ligadas ao ministério, que articula uma rede grande de agências, institutos nacionais, centros de pesquisa e empresas públicas.

No Rio de Janeiro, por exemplo, há o Museu Nacional e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. No Pará, o Museu Goeld. Em Salvador, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geofísica do Petróleo, e em Campina Grande, o Instituto Nacional do Semiárido.

Segundo o coordenador-geral de Popularização da Ciência do MCTIC, Ivo Leite, a intenção com o projeto é dialogar com outras pessoas para além de estudantes e professores, o público que, em geral, participa das atividades das semanas nacionais.

“Optamos por um local público porque sabemos conversar com quem está na educação formal. Mas há pessoas que não fazem parte desse grupo. Se não sairmos dos laboratórios, as produções dos institutos de pesquisa não ficarão conhecidas”, disse Leite à Agência Brasil.