Professores da rede pública municipal realizam um protesto em frente da SMED (Secretaria Municipal de Educação) na manhã desta quarta-feira (22). Eles são contrários às mudanças apresentadas ontem pela Prefeitura de Porto Alegre.
Os servidores públicos bloquearam a entrada do prédio da Secretaria, que fica na avenida dos Andradas, no Centro. A manifestação é uma resposta aos que os professores chamam de “decisão autoritária” da administração municipal.
O secretário da Educação da Capital, Adriano Naves de Brito, teve que chegar à sede da SMED escoltado. Ele se reúne hoje com representantes dos professores.
A decisão da Prefeitura
Entre as principais mudanças apresentadas ontem estão o aumento da presença dos professores municipais nas salas de aula e o fim do dia de compensação dos profissionais. As medidas entram em vigor no início do ano letivo de 2017, em 6 de março, e não precisam do apoio da Câmara de Vereadores.
Os educadores, que antes trabalhavam 4h30 por dia, trabalharão 4h por dia, perdendo o dia de compensação. Até então, a meia hora a mais a cada quatro dias era compensada em um dia da semana, agora os professores terão que cumprir os cinco dias.
Nos dias de compensação, os alunos ficavam sob a responsabilidade de professores “volantes”. Conforme a Prefeitura, até 2016, por conta das “folgas”, os alunos eram dispensados dois períodos por semana, devido a reuniões semanais nas escolas.
Mais 15 minutos de aula
Conforme a administração municipal, com a nova organização da rotina das escolas, os alunos terão contato com os seus professores titulares todos os dias da semana e não serão mais dispensados em alguns períodos, como ocorria nas quintas-feiras, quando a aula era encerrada às 10h para reunião pedagógica.
Os alunos terão aumento de 27,8% (3 horas e 54 minutos) do tempo em sala de aula com os professores. Já a carga horária dos professores terá ajuste de 1,27% (15 minutos) a mais por semana em sala de aula, totalizando 12h45, além das reuniões de planejamento. Os números foram divulgados pela Prefeitura, mas são questionados pelos professores.