Primeiro protesto contra aumento da passagem de ônibus na Capital é pacífico

No final da tarde e no início da noite desta quinta-feira, ocorreu o primeiro protesto contra o aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre. O ato, organizado pelo Bloco de Lutas pelo Transporte Público, foi pacífico e reuniu mais de 500 pessoas. Os manifestantes começaram a se concentrar às 17h no Paço Municipal, em frente a Prefeitura.
Em um primeiro momento haviam poucas pessoas na concentração do protesto. Mas, aos poucos, mais pessoas iam chegando, muitas portando cartazes. Enquanto se concentravam no Paço Municipal, os manifestantes cantavam marchinhas de carnaval e diziam “se  a passagem aumentar, a cidade vai parar”. Nenhum incidente foi registrado. Faixas questionavam a falta de licitação no transporte da Capital, além de destacar a possível nova tarifa de 3,50 reais.
Por volta de 18h 45min, o grupo – que era estimado pela Prefeitura da Capital em 200 pessoas – iniciou uma caminhada. O deslocamento iniciou pela Avenida Júlio de Castilhos, seguindo pela Voluntários da Pátria, Doutor Flores; Salgado Filho, Borges de Medeiros, José do Patrocínio e por fim, Loureiro da Silva, chegando ao fim, por volta de 20h, no Largo Zumbi dos Palmares. Mais pessoas se reuniram a marcha ao longo do caminho, totalizando quase mil pessoas.
Panfletagem
Panfletos foram distribuídos por integrantes do Bloco de Lutas. O impresso, em preto e branco, diz que a Prefeitura da Capital “só atende os interesses dos empresários milionários, ignorando a população que sofre com ônibus desconfortáveis”. Também foram questionadas as condições de trabalho dos rodoviários.
A Brigada Militar manteve-se acompanhando o protesto na retaguarda, por meio de viaturas, cavalaria e polícias à pé. A Tropa de Choque protegeu a fachada de todas as agências bancárias situadas no percurso da marcha. Comerciantes, com medo, fechavam as portas, mas estes não foram contemplados com a segurança dos policiais.
Nenhum grande incidente ou depredação foi registrado. Houve o arremesso de pedras na fachada do MC Donald’s da Rua Doutor Flores. A BM fez um cordão de isolamento na fachada da loja. Também foi registrada a explosão de um rojão nas proximidades da Rua Riachuelo.
Problemas
Usuários de transporte coletivo ficaram confusos, após a EPTC alterar o itinerário dos ônibus para evitar a região da Avenida Salgado Filho e Borges de Medeiros onde ocorria o protesto. Muitos tiveram que descer na região da Avenida Loureiro da Silva, pois os ônibus não estavam seguindo para a região do Camelódromo e Mercado Público. Já quem estava querendo sair do centro, não sabia onde poderia embarcar.
Participação e novos protestos
Das 4 mil pessoas confirmados no protesto em um evento no Facebook, menos de mil compareceram. Houve quem se manifestou pintado, vestido de preto ou até pelado, como fez um casal.
O Bloco de Lutas irá realizar na próxima segunda-feira uma assembleia para definir os rumos da mobilização e a possibilidade da realização de novos atos.