O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, defendeu hoje (5) a autonomia da instituição, com definição de mandatos com prazo fixo para a diretoria. Goldfajn participou nesta manha de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
“O mais importante é ter um a mandato para presidente do Banco Central e para os diretores que não seja coincidente com o de presidente da República. Não é saudável para uma sociedade mudar tudo ao mesmo tempo”, disse, acrescentando que é preciso ter regras para entrada e saída da diretoria.
A autonomia é um dos projetos que estão em tramitação no Congresso Nacional defendidos pelo BC em sua agenda de reformas.
Goldfajn pretende ficar na presidência do BC até que o nome do economista Roberto Campos Neto, indicado pelo governo eleito, seja aprovado no Senado.
O presidente do BC chegou a ser convidado a permanecer no cargo pelo governo eleito, mas alegou questões pessoais para deixar a presidência da autarquia. “A minha decisão foi de ordem pessoal. Tenho todo respeito e admiração pelo novo governo. Os sinais transmitidos são na direção correta. Eu vim do setor privado e resolvi voltar às origens”, disse aos senadores.
“Se tivéssemos aprovado um mandato fixo antes, talvez essa questão de sair por razões pessoais não se colocasse”, acrescentou. Entretanto, Goldfajn disse que sempre defendeu a autonomia do BC não para uso próprio, mas para a próxima diretoria. “Não é uma autonomia para fazer o que quiser. É uma autonomia para perseguir as metas decididas pelo governo. É uma autonomia operacional só. E isso existe no mundo todo”, destacou.