A Prefeitura do Rio de Janeiro inicia neste domingo (6) um mutirão de cirurgias ortopédicas na rede municipal de saúde, envolvendo os hospitais Salgado Filho, Miguel Couto, Souza Aguiar, Lourenço Jorge, Evandro Freire, Pedro II, Albert Schweitzer e Rocha Faria. O anúncio foi feito na sexta-feira (4), pelo prefeito Marcelo Crivella durante reunião com a secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, e diretores de unidades hospitalares.
Segundo a prefeitura, em cada fim de semana, serão feitas 50 cirurgias ortopédicas – 25 no sábado e 25 no domingo –, e o mutirão vai durar “enquanto houver demanda de pacientes”.
Em nota divulgada na noite de ontem (4), o prefeito justificou a decisão após vistoria ao Hospital Pedro II. Crivella disse que, nas enfermarias, onde cabem 30 pessoas, mas havia 70, muitos aguardando cirurgias ortopédicas. “São pacientes que estão esperando para realização de cirurgias porque neste período de festas de fim de ano, chegam muitas pessoas com traumatismos urgentes e precisam ser operadas emergencialmente.”
Crivella informou que, depois da vistoria, reuniu-se com autoridades municipais da área de saúde e com os diretores dos hospitais para que o mutirão começasse amanhã. O prefeito disse que vai percorrer alguns hospitais e reforçou: “Vamos operar 25 pessoas neste domingo”.
Crise na rede
No comunicado divulgado ontem, a prefeitura diz que o grande número de pessoas à espera de cirurgia “reflete a crise financeira” que ocorre no estado do Rio de Janeiro.
“O Rio perdeu uma grande quantidade de empregos, e muitos trabalhadores perderam plano de saúde, passando a recorrer à rede municipal de saúde. Também é comum que pessoas de municípios vizinhos, especialmente da Baixada Fluminense, busquem atendimento na rede da prefeitura, que continuará de portas abertas para atender a população”, acrescenta o prefeito.
Em respostas a notícias sobre a crise na rede municipal de saúde que têm sido veiculadas nos meios de comunicação, Crivella ressaltou o papel dos profissionais do setor, que “se dedicam intensamente ao trabalho, todos os dias”. Segundo o prefeito, as notícias não mostram as pessoas que são salvas diariamente por estes profissionais. “Só saem notícias que causam revolta, mas que são exceção. O normal é o tratamento humanizado.”
Conforme informações da prefeitura, no ano passado, foram feitas mais de 8 mil operações o Corujão Carioca, um mutirão de cirurgias eletivas organizado pela Secretaria Municipal de Saúde, No Corujão Carioca, os procedimentos eram feitos no terceiro turno de trabalho e nos fins de semana nos hospitais da rede.
“De março a novembro, foram realizadas 8.018 cirurgias de hérnia (inguinal, umbilical e epigástrica), oftalmológicas (pterígio e calázio), vasectomia e postectomia (fimose)”, detalhou a prefeitura.