Após as votações frustradas na Câmara, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou que novos parcelamentos de salários devem ocorrer até dezembro. Segundo o Executivo, os déficits sucessivos no caixa da Prefeitura, que já impactam na prestação dos serviços aos cidadãos e no pagamento dos fornecedores, afetarão mais uma vez o pagamento da folha salarial dos servidores.
Em decorrência desta situação, a prefeitura aponta que haverá parcelamento nos salários dos servidores no mês de julho. O valor total da folha é de R$ 140 milhões, e a previsão hoje é de faltar R$ 40 milhões até o final de julho.
A primeira parcela será paga em 31 de julho, e o restante até 10 de agosto, conforme o ingresso de receitas. O calendário de pagamentos com as faixas de valores será anunciado na sexta-feira, 27. A perspectiva atual indica que o décimo terceiro salário também será parcelado.
Falta dinheiro no caixa
Conforme o secretário municipal da Fazenda, Leonardo Busatto, o fluxo de caixa do mês de julho aponta um déficit de R$ 40 milhões, e a previsão para o final do ano é de chegar a R$ 359 milhões.
“Há 20 anos o município não tem recursos para atender as demandas da sociedade em quase todas as áreas, e ao longo dos anos a receita da prefeitura foi direcionada para pagamento da folha dos servidores e para o custeio da sua própria máquina”, afirmou Busatto na apresentação da situação financeira do município no primeiro semestre de 2018, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (19).
Redução das despesas
A prefeitura diz tem feito reduções significativas nas despesas, como no número de secretarias, cortes em diárias, material de consumo, passagens aéreas, energia, redução de cargos de confiança, entre outros. No primeiro semestre de 2018, a prefeitura reduziu o seu custeio em R$ 93 milhões em relação a igual período em 2017 e R$ 325 milhões em relação a 2016. Já os investimentos reduziram para R$ 125 milhões no primeiro semestre de 2018, queda de 37,5% sobre o mesmo período de 2017.
“Uma série de medidas foi adotada, tanto na parte de redução das despesas quanto no aumento de receitas para que esse quadro não se repita nos próximos anos. Ainda assim, “devido aos problemas estruturais que fazem com que as despesas não caibam dentro das receitas, levando ao esgotamento dos recursos em caixa, não será possível o pagamento integral dos salários em uma só parcela, a partir do mês de julho”, afirmou Busatto.