situação de alerta

Populações com renda menor são mais vulneráveis à dengue

A recomendação é que as pessoas devem buscar apoio de saúde a partir do início dos sintomas

Crédito: Pedro Piegas / PMPA

As condições sociais estão sendo uma causa para o avanço da dengue, apontam especialistas. “É claríssimo que, no caso da dengue e, habitualmente, todas as doenças infecciosas, são grandes marcadores dessa vulnerabilidade porque ela é construída”, avalia o médico infectologista José Davi Urbaez.

Regiões com maior vulnerabilidade têm maior dificuldade de acesso a itens básicos, tais como saneamento básico, de moradia digna, de emprego, de educação e de acesso à saúde. Nestas condições populações com menos condições, segundo o médico, estão mais vulneráveis à disseminação das doenças como a dengue.

Qualquer objeto abandonado que acumule água pode acabar sendo um criadouro do mosquito. Imagine bairros mais pobres, com residências com obras paradas, ou com pátios sem a limpeza adequada ou, ainda, locais de depósito de itens recicláveis.

“Os ovos do Aedes aegypti podem ficar até 1 ano em um terreno seco, esperando cair água e acumular. Todo o combate se baseia em eliminar esses criadores, como objetos jogados, caixas d’água sem tampa, aquele vaso que tem um pratinho com água embaixo”, alerta o médico infectologista Hemerson Luz.

Quando procurar ajuda?

A recomendação do especialista é que as pessoas devem buscar apoio de saúde a partir de sintomas como o quadro clássico que inclui dor de cabeça, febre alta, cansaço, dor atrás dos olhos. Há possibilidade de aparecimento de manchas vermelhas na pele. O médico pede especial atenção para a existência de dor abdominal, vômitos e queda da pressão. 

Segundo o infectologista Hemerson Luz, qualquer pessoa pode ter a doença agravada. “Mas pode ser pior em crianças muito pequenas, ou mesmo em pessoas idosas, grávidas, pessoas que têm comorbidades. E um grande foco hoje da atenção é justamente crianças e adolescentes por onde estão começando os programas de vacinação”, explica. 

Para combater a dengue, o médico Hemerson Luz defende que o sistema público de saúde pode contar com o uso de tecnologias para apontar qual rua ou bairro há mais casos. “O mosquito tem uma autonomia de voo muito pequena, cerca de 200 metros apenas. O uso de drones para procurar esses locais que podem estar acumulando lixo, pode ser usado pelo poder público para fazer essa busca. Esse é um dever de todos”, destaca.