Polícia Federal deflagra terceira fase da Operação Zelotes

A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã desta quinta-feira (8) a terceira fase da Operação Zelotes, que investiga um sistema de fraude nos julgamentos do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão da Receita Federal.
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, cinco deles em Brasília e dois no Rio de Janeiro. As ações de hoje, segundo a PF, são fruto da primeira análise do material apreendido na deflagração da Zelotes, em 26 de março de 2015. À época, foram identificados indícios que apontam para a participação de outro conselheiro do Carf, além de escritórios de advocacia ligados a ele.
“Durante os quase 7 meses de investigação, ficou comprovado que conselheiros e funcionários desse órgão defendiam interesses privados, em detrimento da União, e ainda, valendo-se de informações privilegiados, realizavam captação de clientes através de “escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia”, que ofereciam “serviços e facilidades” em julgamentos dentro do CARF”, afirma a PF em nota.

A Operação

A Zelotes investiga os crimes de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro, ocorrida em decorrência de negociações realizadas em processo administrativos de interesse CARF.
No Rio Grande do Sul, são investigadas os grupos Gerdau, Marcopolo e RBS.
O prejuízo estimado aos cofres da União pode chegar a 19 bilhões de reais, valor economizado pelas empresas envolvidas, segundo a PF. Participam também da operação o Ministério Público Federal, a Corregedoria do Ministério da Fazenda e a Receita Federal.
As investigações começaram em 2013, quando foi descoberta uma organização que “atuava no interior do órgão, patrocinando interesses privados, buscando influenciar e corromper conselheiros com o objetivo de conseguir a anulação ou diminuir os valores dos autos de infrações da Receita Federal”.